No Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente abordados os desafios da cultura digital
(15/10/2010) Deacordo com D. Cláudio Maria Celli, “a cultura actual cria
e transmite todo o tipo de novas linguagens e maneiras de pensar, algo que influencia
mentalidades e métodos de aprendizagem, que domina todos os tópicos de discussão”. Perante
este quadro, “a Igreja não pode continuar a utilizar o mesmo código linguístico, para
comunicar com uma população cada vez mais distante desse registo”, sublinha o bispo
italiano, presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais (CPCS). Numa
declaração prestada nesta quinta feira , no âmbito da sexta reunião geral do Sínodo
dos Bispos para o Médio Oriente, o prelado considerou fundamental a “realização de
uma renovação pastoral, reaprender a ouvir e a comunicar”. Para D. Cláudio Maria
Celli, isto não significa ir a correr atrás das últimas tecnologias, mas “entender
os códigos linguísticos das pessoas e utilizá-los da melhor forma”. O responsável
pelo CPCS deu como exemplo as Igrejas do Médio Oriente, que “têm uma tradição
iconográfica consolidada ao longo dos séculos, uma capacidade admirável para criar
uma linguagem através das imagens”. Este modelo comunicacional, destacado pelo
prelado, “dá lugar também a uma cultura própria, uma escola de vida e de ideologia,
que influência a identidade comum de tantas igrejas locais e da própria sociedade”. No
entanto, o Médio Oriente não deixa de estar abrangido pela nova “cultura digital”,
através da televisão, da rádio, cinema, internet e redes sociais. “Todos estes
meios influenciam o dia à dia daquelas populações, moldam valores, escolhas, opiniões
e questões, mesmo entre os cristãos” realça D. Cláudio Maria Celli, para quem o papel
do CPCS passa por “exercer uma ‘diaconia’ naquelas culturas, transmitindo a
mensagem de Deus através de uma linguagem actual, digital ou tradicional, real ou
virtual”. Apesar da preocupação que as Igrejas do Ocidente e do Oriente têm de
ter, no meio deste novo contexto comunicacional, de formar os seus agentes pastorais
e de lhes dar as ferramentas necessárias, D. Cláudio Maria Celli concluiu salientando
que a Igreja “não pode descurar nem o encontro pessoal nem a presença física, no meio
das suas comunidades”.