(15/10/2010) Nesta Quinta feira os secretários diocesanos da pastoral social estiveram
reunidos, em Fátima, com o presidente da comissão episcopal da Pastoral social, D.
Carlos Azevedo, para partilharem e reflectirem sobre as questões sociais que afectam
o país. As medidas de austeridade implementadas pelo governo e o Orçamento de
Estado (OE) têm estado nas luzes da ribalta nos últimos tempos. A crise tem afectado
o país, mas algumas zonas têm sido mais fustigadas. “O norte do país, Algarve, Setúbal
e Portalegre” são das zonas onde tem sido mais notória a crise. As medidas de austeridade
“são necessárias” porque era fundamental “algo que pusesse cobro a um endividamento
demasiado e a desigualdades sociais gritantes” – declarou o presidente da referida
comissão. E acentua: “esperemos que não fique por aqui e que haja coragem”. Em
Portugal a taxa de desemprego ronda os 12%, para que este número desça D. Carlos Azevedo
apela à “partilha de emprego” e “que as pessoas se sujeitem a ganhar menos”. Tal realidade
acontece em alguns países do Norte da Europa. Ao falar da produção, o presidente
da Comissão Episcopal da Pastoral Social realça que “estamos a destruir a natureza
com a produção de bens que não são necessários”. “A quebra de consumo” é uma medida
a apostar. A política “não pode ser subserviente da economia” – pediu. Em relação
à aprovação ou não aprovação do OE, D. Carlos Azevedo apela a “uma visão honesta da
realidade” e “que não seja de interesses partidários ou bancários”. Com o aproximar
do Dia de Luta Contra a Pobreza e a Exclusão Social (17 de Outubro), o prelado disse
que as comemorações devem estar sintonizadas nas “atitudes concretas” no combate à
pobreza.