DOIS MUÇULMANOS FALAM NO SÍNODO DOS BISPOS NO VATICANO
Cidade do Vaticano, 15 out (RV) - Significativa presença ontem, quinta-feira
no Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio, em andamento no Vaticano sobre o tema da
“comunhão e testemunho”. De fato na parte da tarde, dois representantes muçulmanos
falaram aos 185 Padres Sinodais reunidos em Assembleia: o Conselheiro político do
Grão Mufti no Líbano, o sunita Al-Sammak e o xiita Aiatolá Damad, Professor de Direito
na Universidade de Teerã. No centro dos seus discursos, proferidos na presença do
Papa, o diálogo entre o Islã e o Cristianismo.
Compreensão recíproca: esse
o fio condutor dos discursos dos dois expoentes muçulmanos para descrever a relação
entre cristãos e muçulmanos. Em particular, o xiita Damad reafirmou: a estabilidade
do mundo só pode ser alcançada se todos puderem viver sem medo um do outro. E é, portanto,
vital que os fiéis de todas as religiões possam exercer seus direitos, sem vergonha.
Certamente - continuou o convidado especial -, nos séculos passados tivemos momentos
obscuros nas relações entre cristãos e muçulmanos, e ainda existem pontos de vista
reacionários, mas há países muçulmanos onde os cristãos vivem lado a lado com os muçulmanos.
E este é o caminho a seguir.
Palavras semelhantes foram pronunciadas por Al-Sunni
Sammak: compartilhamos o sofrimento dos cristãos, disse ele, especialmente após 11
de setembro que desencadeou uma fobia do Islã. Mas agora somos chamados a trabalhar
juntos, respeitando os direitos e obrigações, na luta contra o extremismo, na promoção
da cultura de amizade e de perdão. Porque uma presença cristã no Oriente, que trabalha
junto com o Islã, é uma necessidade para todo o mundo.
Mas o Sínodo dos Bispos
para o Oriente Médio está fazendo emergir também outras questões como a imigração,
definida como um direito inalienável, em linha com o respeito da liberdade e da dignidade
humana, a necessidade urgente de melhorar a comunicação olhando para a tecnologia
digital, o ecumenismo, o verdadeiro desafio da Igreja contemporânea e a recuperação
da família como Igreja doméstica. (SP)