BOLÍVIA: IGREJA PROMOVE DIÁLOGO ENTRE JORNALISTAS E GOVERNO
La Paz, 15 out (RV) – A Igreja na Bolívia promove o diálogo entre jornalistas
e Governo sobre a lei contra o racismo e a discriminação.
Num comunicado, a
Conferência Episcopal Boliviana (CEB) pede aos jornalistas para que suspendam a greve
de fome realizada contra tal lei que, não obstante seja contrária ao racismo e a discriminação,
reprime a liberdade de imprensa e a livre expressão como direitos fundamentais do
povo boliviano.
Os bispos pedem também ao Governo para que escute as exigências
desse grupo como um gesto comum da vida de um Estado democrático. Na nota, a Igreja
boliviana expressa sua preocupação por esta medida de pressão por parte de jornalistas
e proprietários da mídia em defesa da liberdade de expressão e de pensamento na Bolívia.
"Reconhecemos a legitimidade dos pedidos da mídia e suas ações em defesa da
liberdade de expressão, um dos alicerces de uma sociedade democrática. Nós, no entanto,
pedimos àqueles que estão em greve de fome para que suspendam esta medida extrema
que ameaça suas vidas e escolham alternativas constitucionais para obter suas reivindicações"
– afirma o comunicado.
"Como Igreja, reiteremos nosso compromisso com toda
iniciativa voltada a eliminar formas de racismo e discriminação, assim como a nossa
advertência sobre os riscos iminentes associados à recente aprovação e promulgação
desta lei, em relação ao exercício dos princípios e direitos fundamentais de indivíduos
e instituições" – ressalta o documento.
Até o momento, a situação ainda não
foi resolvida. No último dia 13, foi realizada uma marcha em favor dos jornalistas.
A Associação Nacional de Imprensa (ANP) e a Confederação dos Trabalhadores da Imprensa
Boliviana expressaram-se a favor do protesto e se recusaram a fazer parte do grupo
de trabalho encarregado da redação do regulamento, pois se o fizessem, reconheceriam
a validez dos artigos em questão. (MJ)