2010-10-14 20:21:09

SÍNODO PEDE LIBERDADE RELIGIOISA PARA ORIENTE MÉDIO


Cidade do Vaticano, 14 out (RV) - Prosseguem os trabalhos da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio, iniciados domingo passado, dia 10. Com o tema "A Igreja Católica no Oriente Médio: comunhão e testemunho. A multidão dos que haviam crido era um só coração e uma só alma" (At 4, 32), o encontro sinodal se concluirá no dia 24 deste mês. Cento e oitenta e cinco padres sinodais participam do encontro.

Estiveram no centro da VI Congregação Geral dos trabalhos sinodais desta manhã – realizada na presença do Papa – entre outros, os temas da igualdade de direitos e do reforço dos sistemas de comunicação.

Nós, fiéis da atormentada região do Oriente Médio, temos o direito de esperar e esperamos muito deste Sínodo: foi o que os bispos disseram em alta voz, reiterando que a região do Oriente Médio alterna páginas sombrias com momentos de luz.

De fato, se no Líbano a Igreja tem um papel primordial e em certos Países do Golfo se contam novas igrejas e na Arábia Saudita se encorajam encontros inter-religiosos, é também verdadeiro que onde o Islã é religião de Estado, falta liberdade religiosa, as leis sobre a imigração são restritivas e os sacerdotes são poucos.

Como conciliar tudo isso com a tolerância da qual fala o Alcorão, se falta liberdade de consciência e os cidadãos não são todos iguais perante a lei? – perguntam-se os padres sinodais. Nesse contexto, é importante, portanto, relançar também os sistemas de comunicação que favoreçam o conhecimento recíproco.

Foi ressaltada a necessidade de se dar espaço à formação para os meios de comunicação não somente aos leigos, mas também aos seminaristas, em particular no que diz respeito à cultura digital, presente também nas diversas nações do Oriente Médio.

Outro tema candente tratado na Sala sinodal foi o da evangelização da família, muitas vezes atacada pela cultura ocidental que fala de divórcio e de contraceptivos. Portanto, o núcleo familiar deve ser recuperado como Igreja doméstica, fulcro da transmissão da fé.

Em seguida, os bispos fizeram uma autocrítica: os cristãos não conhecem bem o Evangelho e as nossas divisões causam dúvidas e sofrimentos. Como os fiéis podem ver uma Igreja que não está em comunhão?

É chegado o momento, então, de caminhar juntos para o bem do povo de Deus, porque a questão ecumênica no Oriente Médio é um dos principais desafios para a Igreja de hoje.
-Por isso, o Sínodo sugere a criação das "Jornadas Ecumênicas do Oriente Médio", a exemplo das "Jornadas Mundiais da Juventude".

Os padres sinodais discutiram, ainda, a questão das migrações, ressaltando que os migrantes são muitas vezes "crucificados" entre os países de origem e os de acolhimento. Em seguida, foi evidenciada a necessidade de encorajar os cristãos dos Oriente a permanecerem em seus países, porque a presença deles não é uma casualidade, mas a vontade de Deus.

Por outro lado, porém, a emigração justificada é um direito inalienável, condizente com o respeito da liberdade e da dignidade humana.

A esse propósito, nas discussões e reflexões dos padres sinodais emergiu um conceito fundamental: é preciso passar do conceito de ajuda aos cristãos do Oriente Médio ao conceito de desenvolvimento, para radicá-los em suas terras.

Por fim, foi feita aos padres sinodais a saudação do Presidente emérito do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Roger Etchegaray, que fez votos de que o Sínodo olhe também para o Extremo Oriente, para fazer de modo que a Palavra de Deus seja conhecida também naquelas regiões. (RL)







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