2010-10-13 19:42:01

SÍNODO PARA ORIENTE MÉDIO: APELO AOS CRISTÃOS A NÃO DEIXAREM TERRA SANTA


Cidade do Vaticano, 13 out (RV) - O Sínodo dos Bispos dedicado ao Oriente Médio, em andamento no Vaticano sobre o tema da "comunhão e testemunho", realizou seus trabalhos, na manhã desta quarta-feira, a portas fechadas.

Na programação da manhã teve lugar a primeira sessão dos Círculos Menores. A discussão geral foi retomada esta tarde, com o pronunciamento do Diretor do Departamento dos assuntos inter-religiosos do Comitê judaico americano em Israel, o Rabino David Rosen.

Ademais, uma delegação de padres sinodais visitou esta manhã o "Quirinale" – sede da presidência italiana – para um encontro com o Presidente Giorgio Napolitano.

Ontem, por sua vez, estiveram no centro dos trabalhos a situação dos cristãos na Terra Santa e o papel fundamental das famílias na dinâmica missionária.

Uma Igreja do Calvário, que sofre pelas violências e a instabilidade: assim o Sínodo define a comunidade cristã na Terra Santa, que representa apenas 2% da população. Nesse contexto, foi premente o apelo a não deixar esse lugar sozinho e isolado, a não transformá-lo num museu ao ar livre, porque os cristãos são indispensáveis e têm a grande responsabilidade de perpetuar a mensagem de paz e de reconciliação.

Ser minoria, ressaltam os padres sinodais, impele a ser mais propositivos: então, que a Igreja na Terra Santa seja mais extroversa e hospitaleira, porque habitar esses lugares é a sua vocação.

O olhar do Sínodo voltou-se, em seguida, para o Iraque, cuja situação é definida alarmante e comparada como a situação vivida pela Turquia durante a I Guerra Mundial.

Nessa ótica, os bispos do Oriente Médio pedem, em alta voz, o respeito pelos direitos fundamentais do homem, por sua liberdade e dignidade. Um respeito que passa também pela eliminação das discriminações nos textos constitucionais e legislativos, e nos livros pedagógicos.

Mas, apesar dos difíceis momentos históricos vividos no Oriente Médio, reitera o Sínodo, o sangue inocente dos mártires e o seu heroísmo exemplar deixaram crescer um cristianismo brilhante e autêntico.

Aí se insere o grande tema da família, que tem uma necessidade vital de ser reevangelizada para viver – junto aos movimentos eclesiais e às novas comunidades – a dinâmica missionária.

São muitos os núcleos familiares que vivem fortemente a fé cristã nos países árabes, foi dito na Sala do Sínodo, apesar das enormes dificuldades da vida cotidiana, conservando a esperança contra todas as esperanças. Nesse contexto, foi anunciada a construção, em Nazaré, de um centro internacional de espiritualidade familiar.

Outro tema particularmente evocado foi o do ecumenismo e do diálogo inter-religioso. Nesse sentido, foi denunciado o perigo do "confessionalismo" e do apego exagerado à etnia, que transformam as Igrejas em guetos e se opõem aos ensinamentos de Cristo.

Foram feitos votos de uma confiança recíproca entre o Ocidente e o mundo muçulmano para se trabalhar em prol de um Oriente Médio sem guerras.

Por fim, foram feitas algumas sugestões na Sala sinodal: redigir um "livro branco" sobre a situação demográfica no Oriente Médio; atribuir a nacionalidade e o direito de voto aos imigrados; elaborar um catecismo único para todos os católicos da região e celebrar, em todas as Igrejas do Oriente Médio, um "Ano Joanino", em continuação com o Ano Paulino, realizado entre 2008 e 2009, para comemorar o bimilenário do nascimento de São Paulo. (RL)







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