AUDIÊNCIA GERAL: PAPA FALA SOBRE BEATA ÂNGELA DE FOLIGNO
Cidade do Vaticano, 13 out (RV) - Hoje, quarta-feira, é dia de Audiência Geral
e o Papa encontrou-se com os fiéis e peregrinos, na Praça São Pedro, no Vaticano.
Bento
XVI falou em sua catequese sobre a Beata Ângela de Foligno, grande mística que viveu
no século XIII, nascida numa família rica. Casou-se aos 20 anos e teve filhos. Vários
acontecimentos duros da vida fizeram com que Ângela tomasse gradualmente consciência
de suas misérias. Após uma visão de São Francisco, teve início seu processo de conversão.
Ela experimentou um grande medo do inferno, mostrando uma fé ainda pobre no amor a
Deus.
Aos poucos, Ângela foi percebendo que não tinha nada a oferecer a Deus
a não ser o seu pouquinho de amor. A sua conversão só aconteceu quando o perdão de
Deus em seu coração pareceu como dom gratuito do amor do Pai, fonte de amor. O Senhor
Crucificado foi seu mestre da perfeição e Ângela quis ser semelhante a Ele, ser transformada
por Ele. Ângela faleceu serenamente em Foligno, em 1309.
Ao saudar os fiéis
de língua espanhola, Bento XVI recordou os mineradores presos na mina de San José,
na região de Atacama, no Chile, e confiou os mineiros à bondade de Cristo.
A
seguir, o Papa fez um resumo de sua catequese em português, saudou os fiéis de língua
portuguesa, particularmente os brasileiros provenientes de Ribeirão Pires, Porto Alegre
e São Paulo, e concedeu a todos a sua bênção apostólica.
Queridos irmãos
e irmãs,
Grande mística da Idade Média, a Beata Ângela de Foligno é
um significativo exemplo de como a verdadeira felicidade nasce da íntima amizade com
Cristo. Na seqüência de uma visão de São Francisco, abandonou a vida mundana que levava
e fez uma confissão geral de seus pecados, iniciando o seu caminho de união espiritual
com Deus. Após ficar viúva e perder todos os filhos, vendeu os seus bens e aderiu
à Ordem Terceira Franciscana. O seu itinerário espiritual se caracterizou pela passagem
gradual da consciência de pecado e temor do inferno, passando pelo doloroso “caminho
da Cruz”, até chegar no “caminho do amor”. Com efeito, ao contemplar o Senhor crucificado,
percebeu que a lhe salvar da sua indignidade e de merecer o inferno não seria tanto
o seu esforço de unir-se com Deus como o dom gratuito do Pai através do sacrifício
do Seu Filho na Cruz. A partir disso, a sua experiência mística lhe conduziu a assemelhar-se
cada vez mais a Cristo, mediante purificações e transformações sempre mais profundas,
que significavam viver aquilo que Cristo viveu: pobreza, desprezo e sofrimento.
Saúdo
com profunda amizade os peregrinos lusófonos presentes nesta Audiência, particularmente
os fiéis portugueses de Valongo e os brasileiros de Ribeirão Pires, Porto Alegre e
São Paulo. Sobre todos invoco as luzes e bênçãos do Céu que possam, a exemplo da Beata
Ângela de Foligno, ajudar-vos a compreender o quanto Cristo nos amou e nos ama. Ide
com Deus. Obrigado! (MJ)