SÍNODO DOS BISPOS AUSPICIA NOVO ALVORECER PARA ORIENTE MÉDIO
Cidade do Vaticano, 12 out (RV) - Um alvorecer para o Oriente Médio: foi o
auspício feito na manhã desta terça-feira pelo Sínodo dos Bispos para a região, em
andamento no Vaticano sobre o tema da "comunhão e testemunho". Durante a terceira
Congregação Geral, feita na presença do Papa, os Padres sinodais chamaram a atenção
também para o Iraque, pedindo o fim dos conflitos.
Ao término da manhã foram
eleitos também os membros da Comissão para a Mensagem final. Ontem à tarde foi dado
espaço aos "Relatórios continentais" dedicados às relações entre o Oriente Médio e
os outros continentes.
Trabalhar todos juntos para preparar um alvorecer novo
para o Oriente Médio. Foi o que o Sínodo pediu, lançando um apelo a fim de que acabem
os conflitos, as correntes agressivas do Islamismo, e haja respeito pela liberdade
religiosa.
Em particular, em destaque, o Iraque: sem diálogo não haverá paz
e estabilidade, afirmam os bispos, e as vozes devem se unir na denúncia da grande
negociação econômica do comércio das armas. Os cristãos querem viver em paz e liberdade,
ao invés de sobreviver, e o êxodo – definido mortal – é um desafio que deve ser enfrentado.
Um
pensamento foi dirigido também ao Afeganistão: embora não presente no Sínodo como
país do Oriente Médio, foi mesmo assim recordado na solidariedade dos Padres sinodais,
por causa das tribulações vividas pela população local.
Em seguida, foi evocada
a responsabilidade das potências ocidentais, em particular, das que cometeram erros
históricos em relação ao Oriente Médio, a fim de que o grito de justiça e paz na região
não fique sem ser ouvido.
O Sínodo reitera também a colaboração entre as Igrejas
do Oriente Médio e as do Magrebe e define como "imperativa" a importância da mídia:
de fato, graças a ela podem ser difundidas na população as noções sobre cidadania,
igualdade, aceitação da diversidade, evitando a manipulação das massas e a deriva
ao extremismo.
Em seguida, a Sala do Sínodo abordou o diálogo entre cristãos
e muçulmanos, visto como um enriquecimento recíproco: os cristãos podem aprender do
Islã a ser mais praticantes, enquanto a proximidade dos cristãos ao Evangelho faz
os muçulmanos refletirem sobre uma leitura crítica do Alcorão.
Nessa ótica,
os Padres sinodais deploram iniciativas provocatórias contra o Islã, como vinhetas
satíricas ou a queima do Alcorão, ao tempo em que encorajam as atividades dos escoteiros,
em que os jovens e adolescentes se encontram, lado a lado, sem distinção de credo.
Depois,
foi ressaltado um dado confortador sobre a educação: no Oriente Médio a Igreja Católica
administra aproximadamente mil instituições educacionais, com cerca de seiscentos
mil alunos; quatro universidades; oito institutos superiores eclesiásticos e ao menos
dez seminários de diferentes ritos. Muito estimados, todos esses centros estão abertos
também aos mais pobres.
Foi também ressaltada a importância de um laicato maduro
na fé e consciente na vocação, bem como dos movimentos eclesiais e das novas comunidades,
que não representam uma ameaça, mas um apoio precioso e indispensável para revitalizar
a evangelização. (RL)