PAPA PARTICIPA DOS TRABALHOS DO SÍNODO PARA O ORIENTE MÉDIO
Cidade do Vaticano, 11 out (RV) - Depois da missa de abertura celebrada ontem
de manhã pelo Santo Padre na Basílica de São Pedro, tiveram início na manhã desta
segunda-feira os trabalhos da Assembleia Especial para o Oriente Médio do Sínodo dos
Bispos, com a primeira Congregação Geral. Grande expectativa para este evento que
reúne 185 Padres Sinodais representantes de 5,5 milhões de católicos em 16 países,
assim como Jerusalém e os territórios palestinos. Os trabalhos desta manhã contaram
com a presença do Santo Padre.
O primeiro a falar foi o Presidente Delegado,
Cardeal Leonardo Sandri, Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, que saudou
os presentes. Em seguida tomaram a palavra o Secretário-geral do Sínodo dos Bispos,
Dom Nikola Eterovic e o Relator-geral o Patriarca de Alessandria dos Coptas, (Egito)
Sua Beatitude Antonios Naguib.
Mas, quais os frutos esperados deste Sínodo?
Eis o que disse à Rádio Vaticano o Bispo auxiliar do Patriarcado Latino de Jerusalém,
Dom William Shomali:
R. – “Eu diria que depende de quanto rezamos, porque precisamos
da sabedoria do Espírito Santo para dizer a coisa certa, na hora certa e no lugar
certo. Sabemos, com base na experiência, que uma verdade dita em um tempo não oportuno,
pode até prejudicar. Então, peço ao Senhor, para que os nossos bispos sejam, antes
de tudo, inspirados pelo Espírito Santo para dizer o que devem dizer, para dizer a
verdade, mas com caridade, porque uma verdade sem caridade não é verdadeira. Quando
falamos de questões e de relações inter-religiosas, é preciso ter muito cuidado. Podemos
conversar sobre o fato de que a comunidade cristã vive mal, que é perseguida, mas
isso vai ser contraproducente: nós obtemos exatamente o oposto do que esperamos. Podemos
dizer a verdade, mas nunca devemos generalizar. E isso também quando falamos sobre
temas políticos, devemos ser cuidadosos. A finalidade do Sínodo não é política. Antes
de tudo é espiritual: como consolidar e como fortalecer a fé baseada na Palavra de
Deus para criar uma maior comunhão e testemunho. Devemos por primeiro construir a
fé da comunidade cristã e procurar melhorar as relações de comunhão entre as diversas
Igrejas: isso é o mais importante do Sínodo, e temos de trabalhar nisso”.
Sobre
as esperanças para o Sínodo, a Rádio Vaticano ouviu o Núncio Apostólico em Israel
e Delegado apostólico para Jerusalém e Territórios palestinos, Dom Antonio Franco:
R.
- Nós somos pessoas que crêem, e portanto somos pessoas que vivem de esperança e expectativa,
e a esperança antes de tudo, é teologal; então, esperança na ação de Deus que através
dos homens, das realidades humanas e situações concretas, atua um plano que é sempre
um plano de Salvação, um plano para o bem da humanidade. Estou muito confiante de
que o Senhor nesta ocasião especial em que os bispos e os responsáveis das comunidades
eclesiais de todos os países do Oriente Médio estão reundos, trará um novo entusiasmo,
uma nova força, novas motivações e ideais para fazer avançar a compreensão, o respeito,
o amor e a paz. Tudo isso vem do Alto: não somos nós que realizamos essas transformações.
É a ação de Deus que, através das pessoas, atua o seu plano. Portanto, há muita esperança!”
(SP)