2010-10-11 20:47:29

PAPA: A FÉ É A FORÇA DA IGREJA QUE NÃO VACILA, APESAR DAS AMEAÇAS DAS FALSAS DIVINDADES


Cidade do Vaticano, 11 out (RV) - A fé da Igreja é o fundamento que não vacila, apesar das ameaças de destruição: foi o que afirmou Bento XVI na manhã desta segunda-feira durante a primeira congregação geral do Sínodo para o Oriente Médio, aberto solenemente neste domingo, na Basílica de São Pedro. O Papa deteve-se sobre a maternidade divina de Maria e chamou a atenção para aquelas falsas divindades como terrorismo, capitalismo e droga, que escravizam o homem.

Como João XXIII no início do Concílio Vaticano II – no dia 11 de outubro de 32 anos atrás – Bento XVI confiou hoje o Sínodo para o Oriente Médio à Virgem Maria, Mãe de Deus, "Teotókos". Um "título audaz" – disse o Pontífice – que evidencia a "aventura de Deus, a grandeza daquilo que fez para nós".

Graças à Encarnação, disse o Santo Padre, Deus "atraiu-nos servindo-se de Si mesmo" e nos fez "partícipe em sua relação interior". O Papa ressaltou assim a ligação intrínseca entre a maternidade divina de Maria e a maternidade da Igreja:

"Onde nasce Cristo, inicia o movimento da recapitulação, inicia o momento do chamado, da construção de seu Corpo, da santa Igreja. A Mãe de Theos, a Mãe de Deus, é Mãe da Igreja, porque Mãe d'Aquele que veio para reunir-nos todos em seu Corpo ressuscitado."

Considerando esse nexo entre Theotókos e Mater Ecclesiae, Bento XVI evocou o Apocalipse. E assim ressaltou que Cristo deve sempre nascer para o mundo, com a queda dos deuses, das "grandes potências da história de hoje":

"Pensemos nos capitais anônimos que escravizam o homem, que não são mais coisa do homem, mas são um poder anônimo ao qual os homens servem, do qual os homens são atormentados e até mesmo trucidados. São um poder destrutivo, que ameaça o mundo. Além disso, o poder das ideologias terroristas. Aparentemente em nome de Deus se faz violência, mas não é Deus: são falsas divindades que devem ser desmascaradas, que não são Deus."

Em seguida, o Papa denunciou a droga, a "besta voraz" que destrói e lança as suas mãos em todas as partes da terra:

"É uma divindade, mas uma divindade falsa que deve cair. Ou também o modo de viver propagado pela opinião pública: hoje se faz assim, o matrimônio não conta mais, a castidade não é mais uma virtude e assim por diante. Essas ideologias que dominam, de modo que se impõem com força, são divindades. E na dor dos Santos, na dor dos fiéis, da Mãe da Igreja da qual nós somos parte, essas divindades devem cair."

Bento XVI reiterou que, justamente como "no tempo da Igreja nascente", também hoje é preciso o "sangue dos mártires" para transformar o mundo. O Pontífice referiu-se ao capítulo 12 do Apocalipse, onde o dragão "vomitou água como um rio" contra a Mãe. Parecia – disse – que a mulher fosse afogar-se nesse rio. Mas a boa terra "absorve esse rio e ele não pode fazer mal".

"Penso que o rio seja facilmente interpretável: são essas correntes que dominam todos e que querem fazer com que a fé da Igreja desapareça, a qual parece não ter mais lugar diante da força dessas correntes que se impõem como a única racionalidade, como o único modo de viver. E a terra que absorve essas correntes é a fé dos simples, que não se deixa arrastar por esses rios e salva a Mãe e salva o Filho."

Essa "verdadeira sabedoria da fé simples", que não se deixa devorar pelas águas, acrescentou, evocam o Salmista, "é a força da Igreja". Muito embora, por vezes, pareça que os fundamentos da terra vacilem.

"Vemos hoje com os problemas climáticos como os fundamentos da terra são ameaçados, mas são ameaçados pelo nosso comportamento. Os fundamentos exteriores vacilam porque vacilam os fundamentos interiores, os fundamentos morais e religiosos, a fé da qual segue o reto modo de viver. E sabemos que a fé é o fundamento e, definitivamente, os fundamentos da terra não podem vacilar se a fé – a verdadeira sabedoria – permanece firme." (RL)







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