FREI PIZZABALLA SOBRE IGREJAS ORIENTAIS: COMUNHÃO E TESTEMUNHO
Cidade do Vaticano, 09 out (RV) - A Assembleia Especial para o Oriente Médio
do Sínodo dos Bispos terá início neste domingo com a celebração eucarística presidida
pelo Papa às 9h30 locais, na Basílica de São Pedro. Com o tema "A Igreja Católica
no Oriente Médio: comunhão e testemunho. A multidão dos que haviam crido era um só
coração e uma só alma" (At 4, 32), o encontro sinodal se concluirá no próximo dia
24 deste mês. Cento e oitenta e cinco padres sinodais tomarão parte do encontro. Refletirão
juntos sobre os muitos aspectos religiosos e pastorais da vida das comunidades cristãs
na Terra Santa. Uma riqueza de comunidade da qual nos fala o Guardião da Terra Santa,
Frei Pierbattista Pizzaballa, entrevistado pela Rádio Vaticano:
Frei Pierbattista
Pizzaballa:- "Um dos desafios principais é manifestar – porque já existe – uma
maior comunhão entre todas as Igrejas, mesmo porque as Igrejas católicas são muitas,
de tradições diferentes e todas tendem a ter uma vida autônoma própria. Ao invés,
é importante dar não somente a impressão, mas também o testemunho concreto à comunidade
cristã católica de que somos uma única Igreja e de que trabalhamos juntos. Isso concretamente
significa não criar duplas ou tríplices atividades que se sobreponham; manter, por
exemplo, uma comunhão nas atividades das escolas. Ter diversas Igrejas e diferentes
ritos não representa um problema, mas é uma tradição e uma riqueza própria das Igrejas
no Oriente Médio. As muitas Igrejas são expressão de uma tradição antiquíssima que
deve ser conservada. Porém, é importante manifestar a unidade entre todas essas Igrejas,
salvaguardadas as identidades e as tradições de cada uma. Isso talvez deva ser manifestado
hoje ainda mais, a partir do momento em que a sociedade mudou, os meios de comunicação
unificam e criam uma maior proximidade. É importante que na vida concreta dessas Igrejas
se manifeste visivelmente essa proximidade."
P. Alguns bispos expressaram
certa preocupação em relação à possibilidade de politização do Sínodo. O senhor tem
alguma preocupação nesse sentido?
Frei Pierbattista Pizzaballa:-
"O Sínodo é, em primeiro lugar, um evento eclesiástico, eclesial e religioso. Naturalmente,
quando se deve falar dos problemas da comunidade cristã, devem ser abordados também
os problemas de caráter social e os problemas políticos, porque nós vivemos num território
e não se pode evitar tocar esses temas que serão, porém, secundários em relação ao
cerne do interesse do Sínodo, que tem um interesse, sobretudo, de caráter religioso
e pastoral." (RL)