2010-10-08 20:48:25

ARCEBISPO ETEROVIĆ APRESENTA ASSEMBLEIA ESPECIAL PARA O ORIENTE MÉDIO, DO SÍNODO DOS BISPOS


Cidade do Vaticano, 08 out (RV) - "A multidão dos que haviam crido era um só coração e uma só alma" (At 4, 32): esse é o tema do Sínodo especial dos Bispos para o Oriente Médio, que se realizará de 10 a 24 deste mês, no Vaticano. O evento foi apresentado esta manhã na Sala de Imprensa da Santa Sé, com a participação do Secretário-Geral do Sínodo, Dom Nikola Eterović, e do vice-diretor da Sala de Imprensa vaticana, Pe. Ciro Benedettini.

Dezesseis Estados, além de Jerusalém e Territórios Palestinos, sete milhões de quilômetros quadrados, cinco milhões e meio de católicos – o equivalente a 1,6% da população. Esses são os números do Oriente Médio. E o Sínodo dedicado à Igreja presente nessa região poderia ser definido como "pioneirista".

O Sínodo será aberto neste domingo com a missa presidida pelo Santo Padre na Basílica da São Pedro. São muitas as características particulares desse encontro sinodal.

Pela primeira vez, se reunirão em torno do Papa quase todos os Ordinários do Oriente Médio; ademais, se terá o Sínodo mais breve até então celebrado, somente 14 dias: isso para permitir aos padres sinodais que não fiquem muito tempo distante de seus fiéis, considerada a situação complexa dos países do Oriente Médio.

Além disso, pela primeira vez, o Sínodo terá como língua oficial também o árabe e terá dois presidentes-delegados nomeados pelo Papa ad honorem, ou seja, o Patriarca de Antioquia dos Maronitas no Líbano, Cardeal Nasrallah Pierre Sfeir; e o patriarca de Babilônia dos Caldeus, no Iraque, Sua Beatitude Emmanuel III Delly.

Além da Igreja de tradição latina, serão representadas também as seis Igrejas orientais católicas sui iuris, ou seja, a copta, a síria, a greco-melquita, a maronita, a caldeia e a armênia.

"A variedade de Tradições, de espiritualidade, de liturgia, de disciplina é uma grande riqueza a ser conservada não somente para as Igrejas Orientais Católicas, bem como para toda a Igreja Católica presidida na caridade pelo Bispo de Roma e Pastor Universal da Igreja."

Participarão do Sínodo 185 padres sinodais, entre os quais 101 ordinários das circunscrições eclesiásticas do Oriente Médio, 23 da Diáspora e 19 dos países limítrofes do norte e do leste da África, bem como da Europa e do continente americano.

Destaca-se ainda a presença de três convidados: o Diretor do Departamento dos Assuntos religiosos da American Jewish Committee, Rabino David Rosen, que falará aos presentes na Sala do Sínodo na próxima quarta-feira, dia 13; e dois representantes islâmicos, o Conselheiro político do Grão-Mufti do Líbano, o sunita Muhammad al-SAmmak; e o Professor de Direito da Universidade de Teerã, o xiita Ayatollah Seyed Mostafa Mohaghed. Ambos falarão aos padres sinodais na quinta-feira, dia 14.

"Trata-se dos convidados do Santo Padre Bento XVI, cuja presença é bastante significativa, sinal da disponibilidade da Igreja Católica a continuar o diálogo com o Judaísmo, com o qual os cristãos têm relações muito especiais, bem como com o Islamismo, tão presentes na região do Oriente Médio."

O Arcebispo ressaltou o caráter prevalentemente pastoral e eclesial do Sínodo, embora não deixe de lado o quadro social e político da região, e a necessidade fundamental de reavivar a comunhão entre as Igrejas Orientais e entre elas e a Igreja latina, bem como com as outras comunidades eclesiais, as outras religiões e todos os homens de boa vontade.

O Sínodo – reiterou o prelado – será também uma ocasião para ajudar sempre mais, tanto espiritual quanto materialmente, os irmãos do Oriente Médio, em particular aqueles que sofrem por causa do terrorismo, da marginalização e da discriminação.

"Viver na Terra Santa deveria ser descoberto sempre mais como um privilégio ligado a uma missão particular. É de interesse de toda a Igreja que a Terra de Jesus não se torne um museu repleto de monumentos e pedras preciosas, mas que continue sendo uma Igreja viva, construída com pedras vivas. (...) Os cristãos no Oriente Médio são, muitas vezes, artífices de paz e propugnadores do perdão e da reconciliação, tão necessários na região." (RL)







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