2010-10-02 16:50:59

FILIPINAS: MUÇULMANOS E CATÓLICOS SE UNEM CONTRA ANTICONCEPCIONAIS


Manila, 02 out (RV) - Muçulmanos e católicos das Filipinas formaram, nesta sexta-feira, uma frente comum contra o presidente do país, Benigno Aquino, que anunciou, esta semana, a promoção do uso de anticoncepcionais entre a população mais pobre.

O Conselho de Imames filipino respaldou a Igreja Católica na sua rejeição aos planos governamentais de planejamento familiar, e afirmou que o Governo deveria gastar dinheiro em projetos mais importantes que o incentivo do uso de anticoncepcionais, segundo informações divulgadas pela emissora televisiva "Inquirer".

A Conferência Episcopal anunciou, esta semana, que os bispos não vão ficar parados, caso Aquino siga avante com os seus planos, e que vão apoiar as manifestações de protesto que venham a ser realizadas.

Por sua vez, o bispo de Tandag, Dom Nereo Odchimar, negou ontem, ter ameaçado excomungar o chefe de Estado filipino, após assegurar, numa entrevista radiofônica, na quinta-feira, que tal sanção canônica seria "uma possibilidade".

"Embora o sentimento majoritário entre os bispos seja de consternação e frustração em razão das intenções do presidente acerca dos anticoncepcionais, não cogitamos a aplicação da excomunhão a Aquino" – assegurou Dom Nereo.

Benigno Aquino defendeu esta semana, durante uma viagem aos Estados Unidos, o direito de cada família, de decidir o número de filhos que deseja ter, e manifestou a possibilidade de o Governo oferecer os meios para isso.

A Igreja vinculou esse anúncio aos 434 milhões de dólares que os EUA concederam às Filipinas, a título de ajuda para que o país possa cumprir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, entre os quais está a redução da pobreza.

O clero das Filipinas – país com 80% de católicos entre seus 94 milhões de habitantes – se opôs reiteradamente a toda e qualquer iniciativa parlamentar para o controle artificial da natalidade e contenção da rápida expansão da população.

O Escritório Nacional de Estatística das Filipinas calcula que, em 2015, o país contará 103 milhões habitantes. Cinquenta anos atrás eram apenas 27 milhões. (AF)







All the contents on this site are copyrighted ©.