2010-09-27 17:04:11

PROCESSO DE PAZ NO ORIENTE MÉDIO À BEIRA DE UM COLAPSO


Washington, 27 set (RV) - As negociações entre palestinos e israelenses, iniciadas em Washington há menos de um mês correram sério perigo de colapso neste domingo, pela rejeição de Israel em ampliar a moratória de novas construções nas colônias judaicas na Cisjordânia ocupada.

Horas antes de o prazo da moratória se encerrar – à meia-noite – o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, limitou-se a fazer um apelo à discrição, diante de uma medida que, segundo o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, porá fim ao incipiente processo de paz.

Em mensagem dirigida em particular aos colonos e à direita e extrema direita israelenses, Netanyahu exortou apenas à "moderação e à responsabilidade". De acordo com o serviço de notícias "Ynet", Netanyahu instruiu seus ministros a não concederem declarações, além de pedir que o fim da moratória não suscitasse grandes atos de celebração, já que a medida não encontra o respaldo da comunidade internacional.

A solicitação não impediu, no entanto, que milhares de colonos se juntassem, desde o início da tarde, na colônia de Revava, para festejar o fim da norma, muitos deles em tratores e betoneiras, simbolizando o reinício das construções.

Apesar da pressão dos Estados Unidos, da União Europeia e do Quarteto de Paz (EUA, UE, ONU e Rússia) a determinação israelense é de prosseguir com a edificação no território ocupado, enquanto os palestinos se negarem a reconhecer Israel como Estado judeu.

Esse reconhecimento foi colocado por Netanyahu paralelamente à exigência de Abbas da prorrogação da moratória. A discussão dessas condições dominou as primeiras semanas das negociações, sem que as duas partes chegassem a acordo.

Segundo a imprensa árabe, a mediadora da negociação, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, propôs, na semana passada, que Israel ampliasse a moratória por apenas três meses, para dar ao processo negociador a oportunidade de dar frutos durante esse prazo.

A proposta foi aceita por Abbas, com a condição de que as colônias fiquem sob soberania israelense num eventual acordo de paz, e que "em três meses possamos delimitar as fronteiras do Estado palestino, de modo que Israel possa, depois, construir onde quiser, desde que em seu próprio território".

Em comunicado divulgado pela imprensa hoje, a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) anunciou a suspensão de sua participação na Organização para a Libertação da Palestina (OLP), devido ao que classifica de indefinição de Abbas durante o processo negociador.

Enquanto isso, da Faixa de Gaza, o movimento islâmico Hamas exige que Abbas abandone imediatamente as negociações com Israel.

Apesar de ter anunciado e reiterado que o fim da moratória significa também o término das negociações, Abbas optou hoje, segundo a imprensa local, por aguardar a notificação oficial de que Israel retomou a construção em suas colônias. (AF)







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