DOM VERA DIZ QUE PRÊMIO RAFTO TORNARÁ VISÍVEL A DOR DO MÉXICO
Monterrey, 25 set (RV) - O bispo mexicano de Saltillo, Dom José Raúl Vera López
– prêmio Rafto-2010, por sua defesa dos indocumentados centro-americanos – afirmou
que o reconhecimento tornará mais visível a situação de dor e sofrimento em que vive
o país. "Dessa maneira, se torna visível a situação que vivemos no México e que,
realmente, é de muita dor, muitos sofrimentos e graves riscos para a vida humana,
com uma forte perda da segurança" – acrescenta o sacerdote, numa declaração enviada
aos meios de comunicação. O prêmio – outorgado pela Fundação Rafto – distingue,
anualmente, desde 1987, os defensores dos direitos humanos e da democracia. Entre
eles figuram quatro personalidades que já foram agraciadas com o prêmio Nobel da Paz:
a birmanesa Aung San Suu Kyi (1990), o timorense José Ramos-Horta (1993, que compartilhou
o prêmio com Dom Felipe Ximenes Belo), o sul-coreano Kim Dae-jung (2000), e a iraniana
Shirin Ebadi (2001). O galardão – uma dotação de US$ 10 mil – recebe o nome do
professor Thorolf Rafto, que dedicou sua vida à defesa dos valores que sua fundação
defende, em toda a Europa do Leste. Dom Vera López distinguiu-se por defender várias
causas sociais, tais como os direitos dos imigrantes e dos povos indígenas, frequentemente
confrontando-se com os projetos e posições do Governo. Sua diocese mantém uma rede
de refúgios de imigrantes no noroeste do país, que recebe diariamente, uma média de
80 centro-americanos em trânsito para os Estados Unidos, aos quais oferece comida
e abrigo. "Cabe-me receber o prêmio em nome de muita gente, mas quero dizer que
é um reconhecimento à defesa dos direitos humanos, atividade a que se dedicam muitas
pessoas neste país" – afirma o prelado na nota, declarando sentir-se honrado com a
distinção. No México – diz o bispo de Saltillo – se violam os direitos humanos
dos próprios ativistas que lutam por seu respeito. "Estamos indefesos, ainda que o
México tenha assinado acordos que garantem a defesa dos direitos humanos e que haja
uma revisão periódica por parte da Onu, sobre a situação dos mesmos" – conclui o prelado. A
cerimônia de entrega do prêmio será realizada no dia 17 de novembro próximo, no Teatro
Nacional de Bergen, na Noruega. (AF)