NÚNCIO NO HAITI: SITUAÇÃO HUMANITÁRIA É DE EMERGÊNCIA
Porto Príncipe, 22 set (RV) - O Núncio Apostólico no Haiti, Dom Bernardito
Auza, disse que a situação humanitária no país é sempre de emergência e que mais de
um milhão de deslocados estão vivendo ainda em acampamentos improvisados.
Esta
é a situação descrita por Dom Auza, nove meses após o terremoto que assolou a ilha
em 12 de janeiro deste ano. Segundo o prelado, aumentou o número de pessoas pobres
nos campos em busca de ajuda e trabalho.
O núncio assinalou a presença de tantos
novos acampamentos improvisados nas colinas ao norte da capital Porto Príncipe, provavelmente
por causa do medo de enchentes. "Na verdade, nenhum furacão atingiu o país, não tivemos
chuvas torrenciais e prolongadas, e por isso não tivemos inundações" – frisou Dom
Auza.
Segundo o prelado, o primeiro acampamento de transição criado pelo governo
e pela comunidade internacional na área de Corail, no norte da capital, não funcionou
por causa da falta de serviços de higiene e outras necessidades da população.
Dom
Auza ressaltou que a melhor solução foi adotada pela Catholic Relief Services
que está levando as famílias de volta às suas comunidades, a seus bairros onde estavam
suas casas. O organismo católico constrói casas provisórias nos lugares onde estavam
as casas dos deslocados.
O núncio apostólico sublinhou que a fase de reconstrução
propriamente dita ainda não começou. O Estado já definiu o centro de Porto Príncipe,
quase totalmente destruído pelo sismo, onde serão construídos os novos prédios do
governo, mas existem projetos que ainda não estão definidos.
"Dentro da área
central se encontra também a catedral, que foi destruída. A Igreja, por sua vez, tem
muitos projetos, mas a reconstrução da catedral ainda não começou. Espero que no primeiro
aniversário do terremoto possamos lançar os primeiros projetos, como a reconstrução
do seminário nacional" – concluiu Dom Auza. (MJ)