2010-09-19 17:01:08

REFLEXÃO PARA O 25º DOMINGO DO TEMPO COMUM


Cidade do Vaticano, 19 set (RV) - O tema da Campanha da Fraternidade volta à nossa mente neste domingo por causa do Evangelho de Lucas – “ Não podeis servir a Deus e ao dinheiro”- Jesus diz que seus discípulos deverão seguir o caminho da radicalidade. Radicalidade naquilo que não nos pertence, mas a Deus, para que tenhamos o que é nosso. Isso nos fala o Senhor no versiculo 12.

Não poderemos servir a dois senhores. Chegará um momento em que teremos de fazer a opção. A própria vida nos levará a essa escolha onde em algumas situações ou em definitivo, daremos a um a atenção, o nosso serviço e, consequentemente o outro terá nosso desprezo, mesmo que momentâneo. E as coisas de Deus não podem ser relegadas a um segundo plano, mesmo que momentaneamente. Daí que o nosso sim seja sim e o nosso não seja não. Uma vez batizados, somos de Deus e Ele se torna o Absoluto em nossa vida.

Posto isto, aí entra nossa relação com o dinheiro e com tudo que o mundo nos apresenta como valor.
A primeira leitura tirada do Livro de Amós, nos fala da visão errada de que o dinheiro, o lucro é mais vantajoso, é mais importante que a relação justa com o irmão. Amós nos fala da sêde insaciável das pessoas em lucrar, em fazer dinheiro a ponto de não respeitar o descanso, as festas e o direito do pobre. A avidez para ver o dinheiro entrando na conta bancária leva pessoas a esquecer que mais importante é o irmão, é saciar suas necessidades, é viver a justiça.
No Evangelho, Jesus mostra que não é fácil caminhar com ele: opção, desprendimento, partilha , fidelidade fazem parte de suas exigências!

Desprendimento: o administrador é elogiado por Jesus por se desfazer do ilícito, mas também do lícito. Jesus diz: “Qualquer um de vós que não renunciar a tudo o que possui, não pode ser meu discípulo”.
Partilha: o dinheiro acumulado era fruto da injustiça, agora ele socializou o que possuía.
Fidelidade: ser digno de confiança, não praticar usura e ser aberto à partilha.
Opção: quem não opta fica em cima do muro e não é capaz de se decidir por Jesus.

A segunda leitura nos diz, entre outras coisas, que diante de uma economia que gera miséria para muitos e riqueza para poucos, os cristãos são chamados a rezar. A oração deve ser em favor de todos os homens, também pelos que governam, para que a paz seja uma realidade em nosso meio. Deus é o centro de nossa vida, ou o é o consumismo, o prazer, o ter? Rezamos, como nos orienta São Paulo ou achamos que nossa ação justifica nossa vida cristã?

Servir a Deus também está em crer que, por melhor que seja nosso trabalho, sem a oração, sem nos colocarmos humildemente à sua frente e pedirmos sua graça e ajuda, nada conseguiremos. Poderíamos traduzir assim: não podemos servir a Deus e aos ídolos, sejam eles dinheiro, poder, ter, prazer, agir. Tudo isso é muito bom, desde que subordiado ao Senhor, desde que dentro da humilde atitude de valorizar o tempo com o Senhor, de ouvir o Senhor e agir, em cada momento da vida, de acordo com o que ouvimos na oração. Aí o agir não será nosso, mas de Deus.

Concluindo, sabemos quanto é difícil renunciar a tantas coisas que nossa cupidez nos faz desejar com intensidade. Sabemos também que gostaríamos que nossa vida fosse um sim pemanente a Jesus e plena de atos de solidariedade. O mundo no qual vivemos, a sociedade a qual pertencemos nos cria ilusões que apesar de sabermos serem bolhas de sabão, temos sérias dificuldades para desprezá-las. Vendo tudo isso, São Paulo nos diz que nossa fraqueza só será transformada em força se conversarmos com o Senhor. É na oração que está nosso fortalecimento e nossa salvação. A oração irá nos inspirar, nos levará a opções verdadeiras, autênticas. Consequentemente será muito natural servir a Deus e aos irmãos e nosso agir será cheio de justiça, de temor de Deus e de fraternidade. (CAS) RealAudioMP3







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