PAPA: FIÉIS, SEJAM FERMENTO DO EVANGELHO NA SOCIEDADE
Londres, 18 set (RV) - Bento XVI iniciou o terceiro dia de sua visita apostólica
ao Reino Unido, encontrando-se na manhã deste sábado, em Londres, no Palácio Episcopal,
com o primeiro-ministro britânico, David William Donald Cameron, com o vice-primeiro-ministro,
William Peter Clegg, e com a líder da oposição, Harriet Harman.
Após o encontro
com as autoridades britânicas, o Papa dirigiu-se para a Catedral de Westminster onde
celebrou a Santa Missa.
"Neste encontro entre o Sucessor de Pedro e os fiéis
da Grã- Bretanha, o coração fala ao coração, e nos faz alegrar no amor de Cristo e
em nossa comum profissão da fé católica que nos foi transmitida pelos Apóstolos" –
frisou Bento XVI em sua homilia.
O Papa expressou alegria em celebrar na catedral
dedicada ao Preciosíssimo Sangue, "sinal da misericórdia redentora de Deus derramada
no mundo pela paixão, morte e ressurreição de seu Filho, Jesus Cristo". Bento XVI
falou ainda sobre o grande crucifixo presente na catedral, que mostra o corpo de Cristo,
torturado pelo sofrimento, acabrunhado pela tristeza, vítima inocente cuja morte nos
reconciliou com o Pai e nos fez partícipes da vida divina.
O Santo Padre lembrou
que a realidade do sacrifício eucarístico sempre foi o coração da fé católica."Questionada
no século XVI, ela foi solenemente reafirmada no Concílio de Trento, no contexto de
nossa justificação em Cristo. Aqui na Inglaterra, como sabemos, muitos defenderam
incondicionalmente a missa, pagando um preço alto, incrementando a devoção à Santíssima
Eucaristia que foi um sinal distintivo do Catolicismo nestas terras" - disse o Papa.
Bento
XVI sublinhou que o sacrifício eucarístico do Corpo e do Sangue de Cristo abraça o
mistério da paixão do Senhor, que continua nos membros de seu Corpo Místico, que é
a Igreja, em todas as épocas. "Vemos este aspecto do mistério do Sangue Precioso de
Cristo representado na forma mais eloquente nos mártires de todos os tempos, que beberam
no cálice em que Cristo bebeu, e cujo sangue, derramado em união com seu sacrifício,
dá nova vida à Igreja" – frisou o pontífice, lembrando as pessoas que ainda hoje são
discriminadas e perseguidas por causa da fé cristã, os enfermos, idosos, portadores
de deficiência e os que sofrem na mente e no corpo.
"Penso também nos imensos
sofrimentos causados pelos abusos contra os menores perpetrados por ministros da Igreja.
Antes de tudo, quero manifestar meu profundo pesar às vítimas inocentes desses crimes
atrozes, junto com minha esperança de que o poder e a Graça de Cristo, e seu sacrifício
de reconciliação tragam uma cura profunda e paz para suas vidas. Do mesmo modo, reconheço
com vocês, a vergonha e a humilhação que passamos por causa desses pecados. Convido-os
a oferecê-las ao Senhor, confiando que essa pena contribua a curar as vítimas, a purificar
a Igreja e a renovar sua tarefa secular de formar e orientar os jovens. Agradeço os
esforços realizados para enfrentar esse problema de maneira responsável, e peço a
todos para que se preocupem com as vítimas e sejam solidários com seus sacerdotes"
– frisou o Santo Padre
O Papa convidou os fiéis leigos a assumirem seu
compromisso batismal participando da missão de Cristo e pediu para que eles sejam
na sociedade um fermento do Evangelho. (MJ/CA)