(18/9/2010) Todas as pessoas devem ter, como um direito consagrado, o acesso à água
– uma ideia deixada dia 16 pelo arcebispo Silvano Maria Tomasi, observador permanente
da Santa Sé junto das Nações Unidas em Genebra. Durante a 15ª sessão do Conselho
das Nações Unidas para os Direitos Humanos, num comunicado, o prelado referiu que
hoje em dia "o pensamento predominante considera a água como uma mercadoria, cujo
preço é determinado no princípio do lucro”. Uma mentalidade que tem de mudar, de
acordo com D. Tomasi, numa altura em que “900 milhões de pessoas, um pouco por todo
o mundo, continua a ter de recorrer a fontes de água pouco fiáveis, seja para beber,
cozinhar ou para outras necessidades básicas”. Em termos de saneamento básico,
o arcebispo adianta que “aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas não são servidas de
forma adequada”. Por causa deste factor, mais de 1,8 milhões de crianças em todo
o mundo não chegam a atingir os cinco anos de idade, perdendo a vida devido a doenças
como a cólera, a febre tifóide e disenteria. "O abastecimento de água deve ser
uma responsabilidade pública, porque é um bem público” sublinhou D. Silvano Tomasi,
recordando aquela que também é uma das ideias difundidas pela Igreja: “Sem água, a
vida está ameaçada. O direito à água potável é universal e inalienável”, concluiu. Recorde-se
que um dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), iniciativa liderada pela
ONU, é precisamente combater o número elevado de pessoas que continua sem um acesso
sustentável a água potável e ao saneamento básico. No próximo dia 20, começa em
Nova Iorque uma cimeira de discussão sobre os aspectos que ainda faltam concretizar,
até 2015, para que os ODM sejam cumpridos.