Miecheów, 14 set (RV) - “Precisamos de paz. Neste conflito geopolítico estamos
todos envolvidos. Aqueles que sofrem as consequências são as pessoas, as crianças,
as mães, os jovens, o povo da Terra Santa. Muitos inocentes sofreram e muitos continuam
a sofrer”. De Miecheów, na Polônia, onde está participando das “Jornadas de Jerusalém”
- refere a agência Sir – o Patriarca Latino de Jerusalém, Dom Fouad Twal, voltou a
pedir paz para a Terra Santa e o fim do conflito que já dura décadas.
“Vivemos
em uma situação muito complexa, sempre que a paz parece estar próxima, algo acontece
e distancia essa meta do nosso olhar”, disse o Patriarca, que quis recordar a “guerra
silenciosa” de Israel contra a população palestina e resumida em 2 pontos: “ hoje,
mais de 400.000 israelenses vivem a leste da ‘linha verde’, ou seja, fora do território
da segunda divisão de Israel em 1949; a demografia de Jerusalém está mudando rapidamente,
ameaçando um cuidadoso equilíbrio do espaço sagrado”. Isso significa que “as casas
dos israelenses são cada vez mais, sendo que para os árabes palestinos cada vez menos,
ou são literalmente demolidas pelos tratores em Jerusalém Oriental".
Mas o
que é mais preocupante, disse Dom Twal, “é o fato que se está destruindo a esperança.
Toda uma geração de israelenses e palestinos nasceu e cresceu em situação de violência,
ocupação, separação e ódio, tornando-se cada vez mais difícil, de ambos os lados,
um futuro de convivência, mais fácil demonizar os outros, mais difícil perdoar”.
“Para
alcançar a paz precisamos do envolvimento de todos e da mediação da comunidade internacional.
Bento XVI sublinhou repetidamente: a Terra Santa, jamais poderá ser propriedade exclusiva
de um só povo, sendo patrimônio religioso e cultural de todo o mundo. A única solução
para o conflito é reconhecer a dignidade intrínseca e fundamental de todas as pessoas
que vivem nesta terra, israelenses e palestinos, cristãos, judeus e muçulmanos”. (SP)