2010-09-13 20:25:47

RELIGIÃO, FAMÍLIA E MÍDIA NORTEIAM DISCURSO DO PAPA A EMBAIXADOR DA ALEMANHA


Castel Gandolfo, 13 set (RV) - Deus, família, biotecnologias e mídia: foram esses os pontos centrais do discurso que o Papa dirigiu ao novo Embaixador extraordinário e plenipotenciário da Alemanha junto à Santa Sé.

De fato, Bento XVI recebeu esta manhã, na residência pontifícia de verão de Castel Gandolfo, Walter Jürgen Schmid, para a apresentação de suas credenciais.

O Pontífice falou de um empenho do governo federal a intervir "de modo compensador e pacificador" em casos de confusão na mídia.

"Se Deus não tem uma vontade própria, o bem e o mal acabam não sendo mais distinguíveis": assim o Santo Padre explicou que colocando Deus de lado, "o homem perde a sua força moral e espiritual". E isso significa uma falta no "desenvolvimento total da pessoa", uma carência na "cultura da pessoa".

O resultado é que "o agir social é dominado sempre mais pelo interesse privado ou pelo cálculo do poder, em detrimento da sociedade". Daí, a missão dos homens de fé: acompanhar "de modo positivo e crítico o desenvolvimento de novas relações entre Estado e religião, também para além das grandes Igrejas cristãs até então determinantes".

Reencontrar "o forte apego à religião" de que deram prova homens de fé e mártires do passado". Em definitiva, manter alto o nível daquela "cultura da pessoa". O Papa afirmou:

"Pode verificar-se que numa sociedade a cultura da pessoa se abaixe", e depois convidou a se refletir sobre um dado de fato: não raramente, isso deriva, paradoxalmente, do crescimento do padrão de vida."

E o Pontífice deu exemplos de preocupações concretas da Igreja.

Primeiro: "a crescente tentativa de eliminar o conceito cristão de matrimônio e família da consciência da sociedade". A Igreja – reiterou Bento XVI – não pode aprovar iniciativas legislativas que implicam uma reavaliação de modelos alternativos da vida do casal e da família". E explicou o motivo: levam "ao enfraquecimento dos princípios do direito natural, e assim, à relativização de toda a legislação e também à confusão acerca dos valores na sociedade".

O segundo exemplo concerne às novas possibilidades da biotecnologia e da medicina. O Papa ressaltou o desafio que representam dizendo: colocam-nos em situações difíceis que assemelham a um trilhar por um caminho dificultoso.

Ressaltou o dever de "estudar diligentemente até onde esses métodos podem servir de ajuda para o homem e onde, ao invés, se trata de manipulação do homem, de violação da sua integridade e dignidade". "Não devemos rejeitar esses desenvolvimentos – recomendou – mas devemos estar muito vigilantes."

Fala-se muito de "construção da sociedade humana", e o Pontífice acrescentou outro elemento importante: a "fidelidade à verdade". "Certos fenômenos que se verificam no âmbito da mídia pública nos fazem refletir: encontrando-se em concorrência cada vez maior, os meios de comunicação se sentem impelidos a suscitar a maior atenção possível".

Ademais, recordou o Santo Padre, "de modo geral, é o contraste que faz notícia", mesmo se em detrimento da veracidade do fato. A esse propósito e olhando para a situação na Alemanha, o Papa afirmou: "Acolhe-se de modo favorável a intenção do Governo Federal de empenhar-se em tais casos, o quanto possível, de modo compensador e pacificador". (RL)







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