2010-09-10 12:39:41

Papa exorta bispos brasileiros ao empenho evangelizador e ao diálogo com os outros cristãos, sem cair no indiferentismo doutrinal


O diálogo entre os cristãos é “uma opção irreversível da Igreja” – assegurou o Santo Padre, recebendo esta manhã em Castelgandolfo vinte e oito bispos brasileiros da Região Nordeste III.
Bento XVI referiu (citamos) “a clara necessidade que a Igreja católica no Brasil se empenhe numa nova evangelização que não poupe esforços na busca de católicos afastados bem como daquelas pessoas que pouco ou nada conhecem sobre a mensagem evangélica, conduzindo-os a um encontro pessoal com Jesus Cristo, vivo e operante na sua Igreja”.

Precisamente em ordem a esta indispensável evangelização e re- evangelização, a falta de unidade dos cristãos “é causa de escândalo que acaba por minar a credibilidade da mensagem cristã proclamada na sociedade”. Em todo o caso – reconheceu o Papa – não são poucos os obstáculos com que se defronta a busca da unidade dos cristãos:

“Primeiramente, deve-se rejeitar uma visão errónea do ecumenismo, que induz a um certo indiferentismo doutrinal que procura nivelar, num irenismo acrítico, todas as “opiniões” numa espécie de relativismo eclesiológico. Paralelamente a isto está o desafio da multiplicação incessante de novos grupos cristãos, alguns deles fazendo uso de um proselitismo agressivo”.

Neste contexto, Bento XVI citou o que ele própria disse em 2007, no Brasil, “na catedral de São Paulo, no “inesquecível encontro” ali tido com os Bispos brasileiros:

«é indispensável uma boa formação histórica e doutrinal, que habilite ao necessário discernimento e ajude a entender a identidade específica de cada uma das comunidades, os elementos que dividem e aqueles que ajudam no caminho da construção da unidade. O grande campo comum de colaboração devia ser a defesa dos fundamentais valores morais, transmitidos pela tradição bíblica, contra a sua destruição numa cultura relativista e consumista; mais ainda, a fé em Deus criador e em Jesus Cristo, seu Filho encarnado».

O Santo Padre congratulou-se com os passos positivos já dados, no Brasil, neste sentido, nomeadamente o diálogo com as Igrejas e comunidades eclesiais pertencentes ao Conselho Nacional das Igrejas Cristãs, que com iniciativas como a Campanha da Fraternidade Ecuménica ajudam a promover os valores do Evangelho na sociedade brasileira:

“o diálogo entre os cristãos é um imperativo do tempo presente e uma opção irreversível da Igreja. Entretanto, como lembra o Concílio Vaticano II, o coração de todos os esforços em prol da unidade há de ser a oração, a conversão e a santificação da vida. É o Senhor quem doa a unidade, esta não é uma criação dos homens; aos pastores lhes corresponde a obediência à vontade do Senhor, promovendo iniciativas concretas, livres de qualquer reducionismo conformista, mas realizadas com sinceridade e realismo, com paciência e perseverança que brotam da fé na acção providencial do Espírito Santo.”








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