São José do Rio Preto, 09 set (RV) - As duas palavras do título, amor e perdão,
estão envolvidas com o termo “misericórdia”, que ultrapassa os limites dos seres humanos.
Quem ama consegue perdoar e mudar nas suas atitudes de vida, na forma de acolher e
conviver com as pessoas de sua relação.
Não é fácil uma história marcada por
incompreensões, gestos de escravidão, sem liberdade e vazio de solidariedade. Só o
amor e o perdão serão capazes de criar formas novas e saudáveis na convivência, dando
sentido e perspectivas de esperança para uma comunidade.
O termo “conversão”
ocasiona um coração novo e recria valores capazes para superar todo tipo de egoísmo
e de fechamento individualista. Não consegue viver bem quem não enxerga os comportamentos
misericordiosos de perdão e as virtudes de vida e amor nos outros.
Estar em
comunhão com as pessoas é um fato louvável de superação dos limites da própria individualidade.
Apesar do nosso próprio jeito de ser, somos seres sociais e abertos para relacionamentos
fraternos para ajudar na convivência. A incapacidade para perdoar e amar é fonte
de incompreensões e tristeza. Isto revela mesquinhez do amor humano e um coração totalmente
abafado pelo egoísmo e fechado para a ação do Espírito misericordioso. É total prática
insensibilidade para com a graça de Deus.
Corremos o risco da busca de uma
falsa felicidade, caindo no vazio e na perda de dignidade. É idolatrar coisas falsas,
bens de consumo e desprezar o que é mais fundamental e gerador de verdadeira felicidade,
que passa pelo perdão e pelo amor. Nem sempre merecemos o perdão de Deus, mas experimentamos
a sua bondade quando temos um coração arrependido e aberto para Ele e para o irmão.
Longe de Deus não existe verdadeira alegria, porque isto significa estar longe de
nós mesmos.
Na visão cristã, o amor é mais forte do que a morte. Por isto falamos
da festa do perdão e da misericórdia, termos pouco levados em conta pela nova cultura.
Só assim podemos partilhar uma mesma esperança de dias melhores e menos violentos.
Dom
Paulo Mendes Peixoto Bispo de São José do Rio Preto.