LEÃO XIII, O PAPA DA ENCÍCLICA SOCIAL RERUM NOVARUM
Cidade do Vaticano, 1° set (RV) - No próximo domingo, 5 de setembro, Bento
XVI fará uma visita pastoral a Carpineto Romano, na diocese italiana de Anagni- Alatri,
em vista dos 200 anos de nascimento de Vincenzo Gioacchino Pecci, Papa Leão XIII.
Em vista desse evento, vamos recordar hoje em nosso espaço de Memória Histórica,
o Papa Leão XIII que nasceu em Carpineto Romano, em 2 de março de 1810 e faleceu em
20 de julho de 1903.
Leão XIII foi ordenado sacerdote em 1837 e nos anos sucessivos
foi delegado apostólico em Benevento e Perugia. Depois da ordenação episcopal, em
2 de janeiro de 1843, foi Núncio Apostólico em Bruxelas, durante três anos. Um período
de muitas dificuldades para o núncio, mas de grande relevo para o seu futuro ministério
petrino que permitiu a Dom Pecci conhecer de perto os problemas dos operários e a
ação política e social desempenhada pelos católicos belgas. Em 1846, voltou a Roma
e foi enviado para a sede episcopal de Perugia e ali permaneceu 32 anos.
Não
obstante o isolamento da sede de Perugia em relação aos grandes centros culturais
e religiosos, Leão XIII manteve-se em contato com a realidade política, social e cultural
de seu tempo, mediante a leitura, relação através de cartas com eclesiásticos também
estrangeiros e a reflexão pessoal sobre os sinais dos tempos. Foi criado cardeal,
em 1853, e elevado à Cátedra de Pedro em 20 de fevereiro de 1878.
O Papa Leão
XIII escreveu várias encíclicas entre elas a "Rerum Novarum" de 1891 sobre a Condição
dos Operários, a primeira encíclica social da Igreja.
O pontífice aborda nessa
encíclica as problemáticas sociais e a situação dos operários e denuncia o escândalo
da luta entre classes sociais recordando aos patrões e aos operários seus recíprocos
deveres. "Os progressos incessantes da indústria, os novos caminhos em que entraram
as artes, a alteração das relações entre operários e patrões, a influência da riqueza
nas mãos de um pequeno número ao lado da indigência da multidão, tudo isto, sem falar
na corrupção dos costumes, deu em resultado final um temível conflito. Os princípios
e o sentimento religioso desapareceram das leis e das instituições públicas, e assim,
pouco a pouco, os trabalhadores, isolados e sem defesa, se vêem, com o passar do tempo,
entregues à mercê de senhores desumanos e à cobiça de uma concorrência desenfreada"
– ressalta o pontífice na Encíclica Rerum Novarum.
Leão XIII foi o Papa que
enviou a Rosa de Ouro à Princesa Isabel, em 28 de setembro de 1888, como reconhecimento
pela Abolição da Escravatura.
Vamos recordar Leão XIII num discurso proferido
em 20 de abril de 1884. (MJ)