Cidade da Guatemala, 30 ago (RV) - Os bispos da Guatemala estão preocupados
com a violência que está aumentando no país.
"Existem situações que nos preocupam
como o furacão Agatha que causou danos incalculáveis ao nosso país, no início de junho
deste ano, e a triste notícia de que as ajudas não chegaram aos que mais sofreram
por causa desse ciclone" – frisam os bispos guatemaltecos.
Além disso, os
prelados ressaltam que no primeiro semestre deste ano, foram perpetrados cerca de
dois mil assassinatos e a maioria ficou impune.
Num comunicado, os bispos
falam acerca da realidade da Guatemala, lida à luz do Evangelho e enriquecida pelo
contato direto com as realidades das comunidades.
"Segundo os bispos, existe
uma estrutura bem organizada do crime, em que é difícil distinguir entre altos funcionários,
empresários, chefes de gangues e ex-militares, que para garantir um estilo de vida
confortável estão envolvidos em atividades ilícitas.
"Infelizmente, a falta
de uma autêntica justiça contribui para o aumento da desestabilização social e isso
cria instabilidade política. A ausência da verdade é a cada dia mais evidente. Impera
a arte da mentira em todas as áreas da sociedade", afirmam os bispos da Guatemala.
A
declaração destaca ainda um profundo e progressivo dano ecológico em várias áreas
do país e a existência de uma astuta campanha midiática que apresenta como bom e desejável
o que não pode ser justificado de nenhuma forma.
Os prelados encerram o documento
com uma proposta de esperança: "em meio a este cenário difícil e desafiador, nós,
sucessores dos Apóstolos, queremos testemunhar como o apóstolo Paulo: Somos atribulados
por todos os lados, mas não desanimamos; somos postos em extrema dificuldade, mas
não somos vencidos por nenhum obstáculo. Por isso, fazemos um apelo a todos os fiéis
e não fiéis para que tornem a nossa história pessoal e comunitária de fé na Palavra
de Deus, uma história de salvação" – concluem os bispos guatemaltecos. (MJ)