NEPAL: PREOCCUPAZIONE PER IL FUTURO DELLA LIBERTÀ RELIGIOSA
Katmandu, 28 ago (RV) - Cresce entre os cristãos e outras minorias religiosas
no Nepal, a preocupação pelo futuro da liberdade religiosa no país, que está há quase
dois meses sem governo, após a renúncia do Premier Madhav Kumar Nepal, em 30 de junho
passado.
O medo é que o atual vazio político e o contínuo adiamento da aprovação
de sua primeira Constituição democrática possam colocar novamente em discussão a "laicização"
do país, um processo iniciado em 2006, após a crise que levou ao fim do regime monárquico.
Crescem,
de fato, as pressões de alguns setores hinduístas, que gostariam de restabelecer o
Hinduísmo como religião de Estado. A questão esteve, de fato, no foco dos debates
de um fórum inter-religioso organizado nos dias passados, em Katmandu, pela comunidade
católica. Durante o encontro, cerca de 50 sacerdotes, religiosos e religiosas puderam
colocar em confronto suas preocupações, com outros expoentes cristãos, muçulmanos,
budistas e hinduístas.
Nos vários pronunciamentos, falou-se sobre o crescente
perigo do fundamentalismo que ameaça a paz religiosa no Nepal. Os participantes convieram
sobre a importância de defender a paridade da dignidade de todas as religiões no país,
uma vez que – sublinharam – "os problemas começam justamente quando uma religião reivindica
a própria superioridade em relação às demais".
O coordenador da iniciativa,
o jesuíta Pe. Jomon José se disse muito satisfeito com os resultados do encontro.
"Espero que esse intercâmbio de experiências e pontos de vista ajude os católicos
a se recordarem de dar uma contribuição ativa no atual debate e a fazer ouvir as próprias
opiniões" – disse o sacerdote, em entrevista à agência de notícias Ucan. A presença
católica no Nepal – país com 80% da população pertencente ao Hinduísmo – remonta aos
anos '50 do século passado, quando os Jesuítas abriram uma escola na capital, Katmandu.
Até 2006, a Igreja concentrou suas atividades, sobretudo, no campo social
e educacional, atividades que sempre desenvolveu com certa discrição, em virtude da
proibição imposta aos missionários católicos, de fazerem proselitismo.
Antes
de 2006, de fato, as conversões de uma religião para outra eram consideradas ilegais
e passíveis de punição até mesmo com a prisão. Hoje, os católicos são cerca de 7.500
fiéis, numa população de 28,5 milhões de habitantes. Ao todo, os cristãos no Nepal
somam cerca de um milhão e meio. Os muçulmanos, por sua vez, são 4% do total da população,
ou seja, cerca de um milhão e 100 mil fiéis.
Recordamos que o tema escolhido
por Bento XVI para o 44° Dia Mundial da Paz, a ser celebrado em 1° de janeiro de 2011,
é "Liberdade religiosa, caminho para a paz". (AF)