2010-08-28 12:29:24

Alerta da ONU para agravamento da situação no sul do Paquistão; Bispo pede atenção para a recolha de donativos feita por falsas organizações de solidariedade, e para evitar tráfico de crianças


(27/8/2010) A ONU alertou para o agravamento da situação no sul do Paquistão e referiu que a ajuda até agora recebida é insuficiente para os cerca de 17 milhões de pessoas atingidas pelas cheias.
A ONU calculou em cerca de três milhões o número de habitantes atingidos indirectamente pelas inundações que, desde finais de Julho, já causaram 1539 mortos e atingiram entre 15 e 20 milhões de pessoas. Na maioria dos casos são vítimas do "efeito dominó" provocado pelo cataclismo, como os trabalhadores que perderam o trabalho porque a sua empresa ficou destruída.
As Nações Unidas revelaram que ainda só receberam 59% dos 362 milhões de euros inicialmente solicitados, verba considerada insuficiente para responder às necessidades das populações.
Os Estados Unidos e a comunidade internacional já prometeram 554 milhões de euros para ajudar o Paquistão, afirmou ontem um responsável norte-americano. E a reunião da Assembleia-geral da ONU, na quinta-feira passada, constituiu "um momento galvanizador no que respeita às contribuições de outros países", anunciou Dan Feldman, representante dos Estados Unidos para o Afeganistão e Paquistão.
Entretanto, o presidente paquistanês já admitiu que os trabalhos de recuperação deverão prolongar-se durante pelo menos três anos. "Três anos é o mínimo", referiu Asif Ali Zardari durante um encontro com um grupo de jornalistas estrangeiros em Islamabad.

Bispo paquistanês alertou para a recolha de donativos feita por falsas organizações de solidariedade; e pediu atenção para evitar tráfico de crianças
O presidente da Cáritas do Paquistão, o bispo Joseph Coutts, diz que é "é essencial prestar muita atenção às instituições que se escolhem para enviar fundos”, refere a Agência Fides.
De acordo com o prelado, existem “falsas organizações não-governamentais” e associações ligadas a grupos integralistas islâmicos nascidas para “especular e apropriarem-se” dos donativos.
“Mesmo no mundo cristão multiplicam-se as organizações de caridade, sobretudo na área protestante”, assinala o bispo de Faisalabad, região onde existem mais de 50 organismos ligados a Igrejas evangélicas.
A delegação paquistanesa da organização de apoio social da Igreja Católica interrompeu este Domingo o auxílio aos sobreviventes das enchentes para rezar pelas vítimas e refugiados.
“Pedimos a todos os cristãos em todo o mundo para que se unam nesta oração e para que rezem também para ajudar aqueles que estão a dedicar-se inteiramente à ajuda aos deslocados”, referiu o responsável, que agradeceu ao Papa Bento XVI as suas preces em favor da população paquistanesa.
O trabalho da Cáritas, potenciado pelos contributos das congéneres internacionais, está a chegar às populações através das escolas, paróquias e pequenas instituições, “que estão a fazer o seu melhor” para proporcionar “estruturas de acolhimento” e organizar a recolha de alimentos e outros bens materiais.
O prelado admite a possibilidade de a ajuda às vítimas por parte de outros organismos paquistaneses excluir os cristãos, especialmente em zonas onde são habitualmente perseguidos.
O bispo frisa que esta eventual rejeição não vai provocar uma atitude idêntica por parte da Cáritas, que presta socorro “a todos os deslocados sem discriminação”, sabendo-se que “99% são muçulmanos”.
D. Joseph Coutts lançou um apelo ao Governo e à polícia para estar atenta a organizações criminosas que se envolvam no tráfico de crianças, aproveitando as condições proporcionadas pelo êxodo dos refugiados.







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