BISPOS DOS EUA: ECONOMIA ATUAL PRECISA DE UM NOVO CONTRATO SOCIAL
Nova York, 26 ago (RV) - "A economia atual precisa de um novo contrato social"
é o que afirma numa nota a Conferência Episcopal dos Estados Unidos (USCCB) em vista
do Labor Day (O Dia do Trabalho) que será celebrado no país em 6 de setembro próximo.
Mas
o que é o Labor Day? Tudo começou com uma greve realizada em Chicago em 1° de maio
de 1886. Indústrias da Europa e dos Estados Unidos no final do século XVIII e durante
o século XIX pagavam baixos salários e provocavam a deterioração da saúde física e
mental dos trabalhadores com jornadas de trabalho que chegavam a 17 horas por dia.
Os trabalhadores não tinham férias, descanso semanal e nem aposentadoria. A polícia
matou vários trabalhadores que protestavam pelos seus direitos.
Todos os anos
esta data é lembrada nos EUA. A mensagem dos bispos para este ano, ressalta a importância
de um novo contrato social que permita a criação de empregos, investimentos, iniciativas
e criatividade no âmbito econômico.
O documento faz referência à Carta Encíclica
"Rerum Novarum" do Papa Leão XIII e os bispos estadunidenses fazem um paralelo dos
desafios do mundo trabalhista atuais com os vividos na época da Revolução Industrial.
"Diante
de milhões de desempregados os americanos devem buscar proteger a vida e a dignidade
de todo trabalhador, numa economia renovada e resistente" – afirmam os bispos.
Os
prelados citam a terceira Encíclica de Bento XVI Caritas in veritate, onde
o Papa recorda a importância de colocar a pessoa humana no centro dos processos econômicos.
A nota dos bispos estadunidenses sublinha que a Igreja tem uma longa tradição
em levar a luz do Evangelho às questões sociais, econômicas, políticas e culturais
do momento. "Os trabalhadores devem ter voz e receber uma adequada proteção na vida
econômica."
Os bispos sublinham na mensagem as prioridades: atuar políticas
e iniciativas que reforcem a família, reduzir a pobreza e criar novos empregos retribuídos
de maneira justa a fim de que os empregados possam expressar sua dignidade e responder
ao chamado de Deus que nos quer todos co-criadores da sociedade.
Os prelados
concluem a nota ressaltando que "é preciso estipular um novo contrato social que respeite
o trabalho e os trabalhadores e que se concentre no bem comum de toda a família humana".
(MJ)