RESGATE DOS 33 MINERADORES PRESOS NO CHILE DEVE SE PROLONGAR ATÉ O FIM DO ANO
Santiago, 25 ago (RV) - O resgate dos 33 mineradores que estão presos há 20
dias numa mina no norte do Chile deve se prolongar até o fim do ano, reconheceu nesta
terça-feira o presidente Sebastián Piñera, enquanto as equipes de resgate se preparam
para a tarefa de retirá-los de lá.
"Provavelmente eles não vão estar conosco
na superfície para o bicentenário (18 de setembro), mas vão estar conosco para o Natal
e o Ano Novo" – disse o chefe do Executivo chileno, ao término de um ato religioso
em homenagem aos operários da mina.
Os mineradores, que ficaram presos no dia
5 de agosto, na mina San José, próxima a cidade de Copiapó, a cerca de 830 quilômetros
de Santiago, começaram a receber, regularmente, alimentos e atendimento médico e psicológico,
a fim de prepará-los para uma longa espera sob a terra.
Os especialistas e
as autoridades se surpreenderam com as boas condições dos mineradores presos, o que
se deve a forma como eles se organizaram. Sob a liderança de Luis Urzúa, um guia de
54 anos, eles racionaram ordenadamente seus poucos alimentos, distribuíram tarefas
para dispor de luz e água e se mantiveram unidos.
O resgate está a cargo de
uma máquina de 30 toneladas que pode demorar 120 dias para escavar um túnel de cerca
de 70 centímetros de diâmetro que servirá para trazê-los à superfície. Os trabalhadores
estão presos em um refúgio na mina a 700 metros de profundidade.
Andrés Sougarret,
que dirige as perfurações, confirmou que uma terceira sonda se aproxima da galeria
na qual os mineradores estão, o que permitirá melhorar a comunicação com eles e as
condições em que se encontram.
O ministro chileno da Saúde, Jaime Mañalich,
disse que sua maior preocupação são as infecções que podem afetar os trabalhadores,
por viverem em condições tão extremas.
Após o ato religioso, o presidente Piñera
reiterou que seu governo seguirá fazendo "todo o humanamente possível" para ter os
trabalhadores na superfície no final de ano.
"Hoje quero agradecer a ajuda
que Deus nos deu e a ajuda de tanta gente que participou deste trabalho" – disse Piñera,
que também destacou os chamados de solidariedade que recebeu de outros chefes de Estado.
(AF)