FRANÇA CRITICADA POR IMPORTANTE ÓRGÃO DE DIREITOS HUMANOS DA UE
Paris, 25 ago (RV) - A política francesa de repatriação dos ciganos está sendo
bastante criticada internacionalmente. A Comissão Europeia Contra o Racismo e a Intolerância
acusou a França de estigmatizar os ciganos ao culpá-los por crimes e expulsá-los do
país.
O Ministro francês da Imigração, Eric Besson, declarou anteriormente
que "essas pessoas estão deixando a França voluntariamente, em troca de uma contribuição
de 300 euros para cada um que parte".
Já em junho, a Comissão havia
preparado um relatório, no qual pedira que a França “combata as atitudes racistas
e as hostilidades praticadas pela maior parte da população contra a comunidade cigana".
A repatriação dos ciganos faz parte de uma política de combate à delinquência
e à imigração ilegal lançada pelo Presidente Nicolas Sarkozy no final de julho. Um
dos objetivos desse plano de ação é o desmantelamento de metade dos acampamentos ilegais
no país em um prazo de três meses.
51 acampamentos já foram desfeitos,
mas, como a partida do país é voluntária, parte dos que viviam nestes destruídos apenas
fugiu para outros lugares. A previsão do ministro francês da Imigração é de que, até
o fim deste mês, cerca de 850 ciganos tenham sido reconduzidos a seus países de origem.
Ao todo, na União Européia existem de 10 a 12 milhões de ciganos.
A primeira onda migratória teria ocorrido há mil anos na região onde hoje é a Romênia.
A partir de 1450, os ciganos alcançaram cidades da Europa Ocidental.
O
Secretário do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes,
Dom Agostino Marchetto, disse à Rádio Vaticano, na semana passada, que se preocupa
com a situação de precariedade desses nossos irmãos que estão vivendo no país, tendo
perdido seus acampamentos. (RL/ED)