2010-08-25 19:43:35

CARDEAL CORDES FALA SOBRE AJUDAS DO PAPA AO PAQUISTÃO


Cidade do Vaticano, 25 ago (RV) - "Quando um cristão presta ajuda diante de uma necessidade concreta, de uma emergência humanitária, o seu olhar não se detém – ou ao menos não deveria – somente na contingência mais imediata, mas se preocupa também com a saúde do espírito." Com essas palavras, referindo-se à recente mobilização vaticana em favor do Paquistão, o Presidente do Pontifício Conselho Cor Unum, Cardeal Paul Josef Cordes, enfatizou o espírito da caridade do Papa, da qual se ocupa o referido dicastério. O purpurado falou à Rádio Vaticano à margem do Encontro de Rimini – em andamento nestes dias – onde foi entrevistado pela nossa emissora:

Cardeal Paul Josef Cordes:- "Nós demos, em nome do Papa, uma ajuda à Caritas. Novamente se vê que não basta a ajuda material: deve ser dada uma mensagem. Existem âmbitos nos quais, por vezes, a ajuda material mostra a compaixão, mas não pode mudar a situação, não pode fazer com que os mortos voltem a viver. Portanto, penso que nós, cristãos, com a nossa ajuda, devemos considerar essa dimensão transcendental. Para mim é importante ressaltar que nesse momento se deve mostrar – tanto às pessoas atingidas, quanto às que doam dinheiro – que com a ajuda econômica se pode fazer uma pequena coisa, importante, mas que não basta: é preciso uma mensagem que vá além da vida terrena."

P. A ONU lamentou um certo egoísmo por parte dos Estados ao fazerem o envio das ajudas humanitárias às pessoas atingidas. O que o senhor pensa a esse propósito?

Cardeal Paul Josef Cordes:- "Eu penso que o povo é generoso. Certamente, aqueles que governam os povos, tendo sempre diante de si muita miséria e pensando na própria população, nem sempre são tão generosos. Por isso os apelos são importantes. Por outro lado, se pensamos no tsunami, nas grandes catástrofes, se pensamos nisso, o povo se mostra muito generoso. Eu não conto tanto com a ajuda dos Estados, conto com a ajuda das agências de solidariedade e também das agências católicas. As ofertas da população, que é sensível e generosa, passam através dessas agências. Tenho muita confiança na sensibilidade dos homens e das mulheres de hoje. Nós, do Pontifício Conselho Cor Unum, colocamos diante dos nossos cristãos a grande tarefa de não se reduzir a ajuda à ajuda apenas material. Faremos agora um grande retiro em Częstochowa, na Polônia, para todos os responsáveis da Caritas europea – já temos 300 inscritos – para que possamos viver aquilo que o Papa disse na encíclica Deus caritas est: que a caridade do homem nasce do amor de Deus e que nós, cristãos, devemos viver isso, ter convicção e falar disso. Creio que essa seja a grande tarefa do nosso dicastério Cor Unum." (RL)







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