2010-08-24 15:30:59

Na Nigéria, Colóquio internacional sobre "Escravatura, Tráfico negreiro e consequências": Dulce Araújo entrevista historiador moçambicano Simão Souindoula


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Está a decorrer até ao próximo dia 28 na Nigéria um colóquio internacional sobre “A Escravatura, o Tráfico Negreiro e as suas Consequências”. É um dos eventos que marcam este ano o Dia de Memória do Tráfico Negreiro Transatlântico e a sua Abolição” que ocorreu ontem 23 de Agosto. Este ano o fulcro das comemorações oficiais impulsionadas pela UNESCO têm lugar precisamente na Nigéria, onde já nos dias passados decorreu um seminário de estudo sobre “A Trata Negreira e a Escravatura no Mundo Árabe-muçulmano”, um fenómeno ainda pouco estudado. Isto por diversas razões, explica o historiador angolano, Simão Souindoula…

Para além destes seminário e colóquio organizados respectivamente nas cidades nigerianas de Sokoto e Oshogbo pela UNESCO, o Governo da Nigéria e o Centro for Black Culture and International Understanding, vários outros eventos tiveram lugar em diversos países. Em Angola, por ex. Simão Souindoula que anda a investigar sobre as marcas culturais e antropológicas deixadas pelos escravos negros na América Latina deu, na Casa dos Escritores em Luanda, uma palestra intitulada: “Este es el Rei de los Congos, ou seja a presença angolana no Peru”. Pouco antes da conferência explicou-nos de que ia falar, começando por ilustrar a origem da expressão “Este es el Rei de los Congos”…

Tráfico Trans-sahariano praticado pelos árabes; Tráfico Negreiro Transtlântico praticado pelos europeus, colonialismo, neo-colonialismo... Como pôde tudo isso acontecer à África? Que lição devem tirar os africanos de hoje de tudo isto?

O historiado angolano, Simão Souindoula, vice-presidente do Projecto “A Rota do Escravo”, um projecto lançado em 1994 pela UNESCO a pedido do Haiti e de alguns países africanos, para promover a investigação histórica sobre o Tráfico Negreiro e dar o devido relevo ao terrível drama vivido pelos africanos, assim como à sua luta pela própria dignidade e liberdade. Um drama definido pelo Papa João Paulo II “O holocausto esquecido”.
Na sua mensagem para o Dia de ontem, a directora geral da UNESCO, Irina Bukova, pôs em realce todo esse enredo histórico e garantiu a vitalidade e a perenidade do Projecto a “Rota do Escravo”, um projecto – disse – virado para o futuro e para a convivência pacífica entre os povos.








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