ARCEBISPADO DE HAVANA RESPONDE À CARTA DOS 165 DISSIDENTES CUBANOS
Havana, 23 ago (RV) - “A Igreja em Cuba jamais desviará a sua atenção dos motivos
pelos quais agiu no processo de diálogo com as autoridades do país, ou seja, dos pedidos
humanitários das famílias que sofreram pela prisão de um ou mais membros.” Referindo-se
ao caso da mediação da Igreja Católica na questão da libertação dos dissidentes cubanos,
essa foi a mensagem da arquidiocese de Havana, tornada pública pelo seu porta-voz
Orlando Marquez, em resposta a uma carta de 165 dissidentes políticos.
O
grupo de dissidentes cubanos enviou a carta a Bento VXI, criticando a postura da hierarquia
católica em sua mediação com o Governo de Raúl Castro sobre os presos políticos.
Para
eles, a mediação deveria ter sido feita baseada nas idéias dos grupos de dissidência
interna e do exílio, que, há mais de 20 anos, dizem estar lutando pelo restabelecimento
da democracia.
Segundo os signatários, as libertações ocorridas até
agora são a "solução da expatriação", já que esses presos políticos foram libertados
e imediatamente conduzidos a um avião para tirá-los de Cuba.
O comunicado
da arquidiocese explica que a Igreja sabia que, quando aceitou interceder a favor
do grupo “Damas de Branco” – constituído pelas mulheres próximas aos presos políticos
- poderia ter sido interpretada de modo positivo e negativo, mas sabia igualmente
que não poderia permanecer inativa.
“A ação da Igreja foi a favor
da dignidade de todos os cubanos e da harmonia social de Cuba - prossegue o comunicado
-, não seguiu tendências políticas e não o fará jamais.”
O comunicado
da arquidiocese de Cuba lembra ainda a declaração do diretor da Sala de Imprensa da
Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, na qual ele afirmou que “a Santa Sé acompanha e dá
apoio à Igreja local com a sua solidariedade espiritual e a sua autoridade internacional”.
(ED)