Johanesburgo, 21 ago (RV) - Corre o risco de desembocar em um protesto geral
a greve dos trabalhadores do setor público que está bloqueando a África do Sul. Quase
meio milhão de manifestantes saiu às ruas na quinta-feira em Johanesburgo, exigindo
melhorias salariais. Durante o evento, houve momentos de tensão com a polícia, que
continua a patrulhar escolas e hospitais. Em um comunicado, os bispos africanos, embora
reconhecendo o direito à greve, expressam ressentimento pelo comportamento desumano
dos manifestantes, que impediram o acesso aos hospitais aos médicos e aos pacientes,
e aos institutos de ensino, aos professores e estudantes. Os bispos pediram ainda
aos trabalhadores em greve que considerem seriamente a condição dos pobres, fracos,
doentes e jovens, que estão lutando desesperadamente por uma vida melhor.
Sobre
o motivo dos protestos a Rádio Vaticano conversou com a especialista em África do
Sul, Laura Mezzanotte, que afirmou que “a greve poderá ser o catalisador de um protesto
popular e social muito maior, principalmente em áreas pobres, onde as pessoas há por
muito tempo estão protestando contra a falta de serviços e pelas promessas vazias;
portanto os pedidos de água, casa e serviços que não foram atendidos, poderiam unir-se
politicamente a esta greve, que aparentemente é uma greve salarial, mas que na realidade
tem como pano de fundo, uma mensagem específica ao Presidente Zuma, uma espécie de
cobrança eleitoral, porque o sindicato no momento da eleição de Zuma, foi um dos seus
grandes eleitores e agora, está cobrando a realização das suas promessas”. (SP)