Zamboanga, 21 ago (RV) - Há dez anos se reúnem em nome do diálogo e da reconciliação,
do estudo conjunto e da partilha, para construir um futuro de paz e de fraternidade
no sul das Filipinas: é a experiência do “Conselho Inter-religioso dos Líderes de
Zamboanga”, que reúne representantes cristãos e muçulmanos no sul das Filipinas, uma
área onde vive uma minoria muçulmana, e atormentada por conflitos e movimentos rebeldes
que há anos criam instabilidade, sofrimento e o deslocamento dos civis.
Segundo
um comunicado enviado à agência Fides, o Conselho de líderes religiosos nos últimos
dias, comemorou dez anos de atividade. Foi fundado no ano 2000, graças ao trabalho
de sensibilização do movimento para o diálogo “Silsilah”, que há muitos anos trabalha
na região. O Conselho acolhe hoje líderes católicos, cristãos evangélicos e muçulmanos,
que se empenham no território na promoção de atividades culturais, sociais e religiosas
visando o diálogo e a paz
No encontro realizado em Zamboanga, na presença
de mais de 200 pessoas convocadas para o 10 º aniversário do fórum, o Prof. Randolf
David, docente de sociologia na Universidade das Filipinas, salientou a importância
e a eficácia do diálogo inter-religioso como um instrumento de mediação e resolução
pacífica de conflitos, referindo-se especialmente à realidade de Mindanao, a grande
ilha do sul das Filipinas, como laboratório de convivência no qual superar o “narcisismo
das pequenas diferenças”, que muitas vezes cria blocos de oposição.
Já o padre
jesuíta Albert Alejo, antropólogo, falou da sua experiência como consultor da “Bishop-Ulama
Conference”, e afirmou que “os pacificadores devem ser ao mesmo tempo inimigos da
corrupção”, porque, especialmente em Mindanao, muitos fatores que dificultam paz estão
relacionados à corrupção.
Durante o Conselho de líderes foram escolhidos dois
novos coordenadores: Ismael B. Abubakar Jr (muçulmanos) e Santiago Navarro (cristão),
que levarão adiante as atividades do Conselho nos próximos anos. (SP)