Bruxelas, 20 ago (RV) – Diante da falta de um pronunciamento oficial por parte
do sistema judiciário da Bélgica, o advogado da Arquidiocese de Malines-Bruxelas informou
na semana passada que a apreensão realizada nos escritórios do Arcebispo e na residência
do Cardeal Danneel foi declarada ilegal.
A busca-surpresa que incluiu a profanação
do túmulo de dois cardeais, condenada pela Santa Sé e pelas autoridades eclesiásticas
locais, teve o nome de “Operação Cálice” e foi realizada no último 24 de junho. A
polícia pensava que a Igreja tinha ocultado informação sobre alguns casos de abuso
sexual cometidos por membros do clero.
Em uma coletiva de imprensa no último
dia 13 de agosto, depois do silêncio da corte que não divulgava o resultado da medida
legal interposta diante do abuso da polícia, a Conferência Episcopal da Bélgica deu
a conhecer que o tribunal tinha declarado as buscas como ilegais.
O advogado
da Arquidiocese, Fernand Keuleneer, expressou sua surpresa diante o silêncio da Corte,
especialmente ante a “acolhida” durante e logo da apreensão. Entretanto, concedeu
o fato de que o tribunal não é obrigado a divulgar sua decisão.
Em declarações
à Rádio Vaticano, Keuleneer assinalou que ainda não se entende a “natureza” da apreensão.
Este fato, disse, “faz com que alguém se pergunte se é que havia elementos concretos
ou específicos, ou se tudo estava apoiado na ‘cega’ esperança de encontrar algo…”.
(SP)