PAQUISTÃO: É PRECISO COMBATER AS CHEIAS ANTES DA CHEGADA DO FRIO
Islamabad, 19 ago (RV) - "A situação provocada pelas cheias no Paquistão deve
ser resolvida antes da chegada do frio, em outubro": foi o que disse um membro da
presidência do Instituto Teológico para os Leigos do Paquistão, Pe. Emmanuele Asi,
referindo-se às inundações que se abateram sobre o país nos últimos dias, com consequências
dramáticas.
Em entrevista concedida à assessoria de imprensa das Pontifícias
Obras Missionárias (PP.OO.MM.) que têm sua sede em Munique, Alemanha, o sacerdote
afirma que a Igreja deve "agir de modo preciso e rápido", já que "quando o frio chegar,
se as pessoas não tiverem um abrigo e roupas pesadas, a situação vai piorar ainda
mais".
Quase 20 milhões de pessoas foram atingidas pelas inundações,
de acordo com dados difundidos pelas Nações Unidas (Onu), deixando um rastro de destruição
que atravessa o Paquistão, varrido pela força das águas.
Em declarações
difundidas pela agência missionária de notícias FIDES, Pe. Emmanuele Asi sublinha
a importância de se "criar pequenas equipes de médicos e sacerdotes", para se ocuparem
principalmente de mulheres e crianças.
Ele acrescenta que, "em colaboração
com as PP.OO.MM." vão colocar à disposição "uniformes escolares e material didático
para as crianças".
Muitas famílias paquistanesas perderam quase tudo
com as cheias e a Igreja pretende que, pelo menos as crianças, não percam o acesso
à educação.
Mesquitas e igrejas abriram suas portas para alojar as
vítimas, em contraste com o governo, já que "nenhum edifício estatal as acolhe", lamenta
o sacerdote. Ele explica este comportamento do governo, alegando que as autoridades
temem dar abrigo aos desalojados e depois ter que fornecer a eles medicamentos e alimentação
por muito tempo, o que seria praticamente impossível.
Desde que as
chuvas começaram a cair, há cerca de duas semanas, em torno de 1.600 pessoas já perderam
a vida, no Paquistão. A catástrofe natural também já desalojou cerca de dois milhões
de paquistaneses.
As crianças são os elementos mais vulneráveis. Os
dados da Onu indicam que seis milhões foram atingidas pelas águas, e pelo menos metade
dessas crianças correm o risco de contraírem doenças como a diarreia, cólera e disenteria.
(AF)