Cidade do Vaticano, 19 ago (RV) - A liturgia desta quinta-feira nos apresenta
no Evangelho a parábola do banquete nupcial. Parábola que o Papa comentou em várias
ocasiões.
Deus, a cada dia, convida-nos a entrarmos em seu amor, a única coisa
necessária. Em suas catequeses, Bento XVI exorta-nos a cultivarmos, todos os dias,
a união com o Senhor.
Na parábola do banquete nupcial, o rei chama os convidados,
mas estes respondem com uma rejeição, porque estão muito ocupados:
"O rei,
porém, não se desencoraja e convida os seus servos a buscarem outros comensais para
encher a sala de seu banquete. Assim, a rejeição dos primeiros tem como efeito a extensão
do convite a todos, com uma predileção especial pelos pobres e os deserdados. Foi
o que se deu no Mistério pascal: o grande poder do mal é derrotado pela onipotência
do amor de Deus. O Senhor ressuscitado pode convidar todos ao banquete da alegria
pascal, dando ele mesmo aos comensais a veste nupcial, símbolo do dom gratuito da
graça santificante." (Homilia, 12 de outubro de 2008)
Entre os convidados,
isto é, entre os que seguem Deus, há, porém, um homem que não usa a veste nupcial
e o rei o faz jogar nas trevas. Mas qual é a veste que lhe falta?
"Infelizmente,
falta a veste do amor... entre os seus hóspedes aos quais havia dado a veste nova,
a veste cândida do renascimento. O rei encontra alguns que não usam a veste cor púrpura
do dúplice amor para com Deus e para com o próximo. Em qual condição queremos nos
aproximar da festa do céu, se não usamos a veste nupcial – isto é, o amor, o único
que poder tornar-nos bonitos?... Uma pessoa sem amor é sombria por dentro. As trevas
da cegueira das quais fala o Evangelho são o reflexo da cegueira interna do coração."
(Homilia, 5 de abril de 2007)
De fato, não basta dizer-se cristão para
salvar-se:
"Portanto, não bastará declarar-se "amigos" de Cristo, evocando
falsos méritos: "Nós comíamos e bebíamos em tua presença, e tu ensinaste em nossas
praças" (Lc 13, 26). A verdadeira amizade com Jesus se expressa no modo de
viver: expressa-se com a bondade do coração, com a humildade, a mansidão e a misericórdia,
o amor pela justiça e a verdade, o compromisso sincero e honesto com a paz e a reconciliação.
Podemos dizer que essa é a "carta de identidade" que nos qualifica como seus autênticos
"amigos"; esse é o "passaporte" que nos permitirá entrar na vida eterna." (Angelus,
26 de agosto de 2007) (RL)