Nairóbi, 13 ago (RV) – Após uma semana do referendo que levou à aprovação da
nova Constituição, com 62% dos votos favoráveis, o Conselho Nacional das Igrejas no
Quênia divulgou uma nota na qual faz um balanço da consulta eleitoral. A Igreja queniana,
nos meses passados, trabalhou a fim de que o texto proposto para a reforma constitucional
fosse modificado, em particular nos pontos que se referem à legalização do aborto
e do reconhecimento dos tribunais civis muçulmanos. Mas as modificações não foram
feitas e a Carta Magna submetida ao referendo não é, portanto, bem vista pelas Igrejas
locais.
“Continuamos com a nossa idéia – lê-se em uma nota do Conselho
Nacional das Igrejas no Quênia – que a Constituição adotada no país deveria promover
a justiça, a equidade e a paz. Nos meses passados, destacamos os pontos que necessitavam
de uma revisão antes do referendo. Mas isso não ocorreu”. Mesmo reconhecendo e respeitando
o resultado do voto, as Igrejas quenianas reafirmam: “As controvérsias devem ser resolvidas.
Esperamos que o governo mantenha a promessa feita antes do referendo, ou seja, de
que as questões pendentes seriam resolvidas imediatamente após o voto”.
Por
sua vez o Conselho Nacional das Igrejas no Quênia se compromete em “contribuir com
os esforços que serão feitos para resolver as controvérsias, segundo as regras da
nova Constituição”. Em seguida, as Igrejas quenianas se congratulam com os eleitores
pelo contexto pacífico no qual se realizou o referendo: “Isso é sinal de maturidade
democrática – escrevem na nota – e demonstra que os quenianos, a partir de agora,
poderão votar e viver em paz. Por isso, - continua o texto – pedimos a todos os cidadãos
que resistam sempre à tentação do uso da violência para exprimir as suas posições
no contexto político”.
Ao mesmo tempo, o Conselho exorta todos os “protagonistas
do referendo, inclusive a Igreja, a curar as feridas, reconciliar o país e consolidar
os sucessos conseguidos”. (SP)