Em Angola, oito anos depois da guerra civil, as minas continuam a matar
Em Angola, oito anos após o termo da guerra civil, as minas continuam a provocar vítimas
mortais. Nos últimos quatro anos registaram-se 166 mortos e mais de 300 feridos devido
a esta trágica herança do longo conflito que devastou o país de 1975 até 2002. Estes
dados constam de um Relatório recentemente difundido pela Comissão nacional (angolana)
para o desminamento e a assistência humanitária, citado ontem pela agência internacional
das Congregações Missionárias, MISNA.
Desde o fim da guerra, as autoridades
angolanas realizaram enormes despesas para bonificar o território, preparando para
acolher as infra-estruturas essenciais como pontes e estradas. Ainda assim, Angola
permanece, segundo uma lista estabelecida pelas Nações Unidas, o país do mundo mais
afectado pelas minas, logo a seguir ao Afganistão. Estes perigosos engenhos bélicos
continuam disseminados em muitas zonas angolanas, tornando extremamente perigosa a
actividade agrícola ou mesmo o simples trânsito local.
O governo de Luanda
destinou oito milhões de dólares para a assistência das vítimas das minas, no biénio
2010-2011. Segundo os dados fornecidos pela Comissão, 77 % das pessoas mutiladas pelas
minas têm idades que variam entre os 15 e os 44 anos. 68 % destes são homens que ficaram
gravemente feridos quando prestavam o serviço militar ou no momento em que se encontravam
ao volante de algum veículo.