Porto Príncipe, 12 ago (RV) - Seis meses depois do sismo de 12 de janeiro,
o Núncio Apostólico no Haiti, Arcebispo Bernardito Auza, alertou para a dramática
situação que ainda se vive no país. “Um caos: pessoas traumatizadas, comunidades
de fiéis dispersas e mais de metade das igrejas destruídas” – indica o Núncio, em
entrevista à organização católica internacional “Ajuda à Igreja que Sofre” (AIS).
Depois do tremor que deixou mais de 200 mil mortos e milhares de desalojados,
“as pessoas estão divididas em campos de acolhimento e áreas rurais. Algumas vieram
à cidade em busca de trabalho”.
Sobre a obra de reconstrução do país, Dom
Auza cita que é preciso paciência, visto o grau de destruição provocado pelo sismo.
"O terremoto atingiu um dos países mais pobres do Ocidente, onde as infra-estruturas
já eram escassas: edifícios e Ministérios estão destruídos; e isso gera lenteza e
o mal-funcionamento da Administração pública".
Muitas organizações de ajuda
que atuam no Haiti concordam com esta avaliação. Sabe-se que a corrupção é muito extensa
no país e a mentalidade que a promove continua dominante depois do terremoto, freando
a reconstrução. O Arcebispo Auza acredita que a educação e a formação poderiam ajudar
a superá-la, pois para a Igreja, elas são a chave para o desenvolvimento do Haiti.
Em relação à Igreja, o Núncio aponta como prioridade máxima a reconstrução
das paróquias, escolas, templos, seminários, instituições de caridade e casas religiosas
de várias ordens. Na capital haitiana, mais de metade das paróquias estão parcial
ou totalmente destruídas, o que impede a atividade pastoral normal.
Dom Bernardito
Auza agradece a AIS, que já arrecadou 4 milhões de euros em donativos, visando a reconstrução
de igrejas, capelas e seminários, e o investimento em programas de educação e formação
no país. (CM)