2010-08-07 17:46:31

ÍNDIA: MANIFESTAÇÃO CONTRA DISCRIMINAÇÃO DOS DALITS


Nova Délhi, 07 ago (RV) – Na Índia, no próximo dia 10 de agosto, milhões de dalits (os sem casta) cristãos e muçulmanos estarão reunidos, protestando contra a discriminação a que são submetidos na Índia. A ação será chamada de "Dia Negro".

10 de agosto foi a data escolhida, porque, nesse mesmo dia do ano, em 1950, foi promulgada a Constituição que vetou aos dalits não-hinduístas uma série de direitos sociais, entre eles o acesso a empregos na administração pública. Outros direitos especiais foram concedidos a dalits budistas e sikhs, deixando excluídos os ditos "sem casta" ou "intocáveis" de outras religiões, de alguns direitos importantes de cunho econômico, educacional e social.

A Igreja Católica apóia os dalits na luta por seus direitos. O arcebispo de Hyderabad, Dom Joji Marampudi, que é um dalit, explica que o "Dia Negro" representa um momento de "forte esperança para mostrar à comunidade cristã essa situação e para solicitar ao governo que preste atenção a essas justas exigências".

O prelado recorda ainda, que Madre Teresa de Calcutá "foi um ícone dos pobres, que lutou pelos direitos dos dalits discriminados por suas escolhas religiosas, o que era, para ela, a pior das discriminações contra os pobres".

A Comissão Nacional para as Minorias Lingüísticas e Religiosas sugere a supressão de algumas normas da lei, de forma a fazer com que o sistema de castas seja neutro em relação à religião. Também a Suprema Corte cobra ações por parte do governo, mas estas ainda não foram feitas.

Dom Joji diz ainda, que "pelo centenário de nascimento de Madre Teresa de Calcutá, espera-se que seja feita justiça para os dalits cristãos e muçulmanos".

"Dalit, em sânscrito, significa "pisoteado" – explica o arcebispo – e eles foram sempre renegados sociais. Madre Teresa os amou e dedicou-se à sua causa. Madre Teresa é fonte de amor, esperança e caridade, e esperamos que o governo ouça a voz dos últimos".

Para o "Dia Negro" está prevista a exposição de bandeiras, em sinal de luto, sobre as fachadas das igrejas e de outros edifícios importantes. Essas manifestações deverão ser feitas em diferentes zonas do país. (ED)








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