HÁ 32 ANOS FALECIA PAULO VI: "TESTEMUNHA DA ESPERANÇA EM TEMPOS DIFÍCEIS"
Cidade do Vaticano, 07 ago (RV) – Há exatos 32 anos – na noite de 6 de agosto
de 1978, em Castel Gandolfo, festa da Transfiguração – falecia Giovanni Battista Montini,
Papa Paulo VI. Às 17h de ontem, na basílica vaticana, uma celebração eucarística presidida
pelo bispo de Albano, Dom Marcello Semeraro, recordou o inesquecível papa.
Desde
os tempos do Concílio Ecumênico Vaticano II, Bento XVI é ligado, de modo particular,
a Paulo VI, cujo magistério, "em tempos nada fáceis para a Igreja", recorda reiteradas
vezes, em seus pronunciamentos.
Uma testemunha da verdade, um guia de almas,
um homem que, "com coragem, indicou o caminho do encontro com Cristo". Existe muito
de Paulo VI na vida e no magistério de Bento XVI. E foi o próprio pontífice, em visita
a Brescia, terra natal do Papa Montini, em novembro do ano passado, a sublinhar seus
laços de afeto e devoção a seu predecessor que o nomeou arcebispo de Munique e depois
o criou cardeal, em 1977.
Um "papa corajoso em tempos difíceis", que soube
manter forte e constante o timão da Barca de Pedro, em águas turbulentas. Bento XVI
indica no amor por Cristo, o segredo de sua ação pastoral, desempenhada com incansável
dedicação, "adotando, muitas vezes, decisões difíceis e impopulares".
"Amor
que vibra com expressões tocantes em todos os seus ensinamentos – diz Bento XVI. Seu
ânimo de pastor era guiado por uma força missionária alimentada por um sincero desejo
de diálogo com a humanidade. Seu convite profético, tantas vezes proposto, a renovar
o mundo conturbado por inquietações e violências, mediante a edificação da "civilização
do amor", nascia – segundo Bento XVI – de sua total confiança em Jesus, Redentor do
Homem."
Papa Montini "inventou" as viagens internacionais, promoveu o diálogo
ecumênico e se empenhou em prol de um autêntico desenvolvimento "em favor da promoção
de cada homem e do homem em sua totalidade". "Paulo VI – sublinha Bento XVI – foi,
sobretudo, o papa que levou a termo o Concílio Vaticano II, um mérito quase que sobre-humano."
Particularmente
violentos – lembra o pontífice – foram os ataques que Paulo VI teve que enfrentar,
dentro e fora da Igreja, em virtude da publicação da encíclica Humanae Vitae, centrada
sobre o amor conjugal responsável.
O que nos resta, hoje, do extraordinário
patrimônio de fé deixado por Paulo VI? É ainda Bento XVI quem responde, citando um
texto do jovem Montini, datado de 1931. Uma frase programática que parece ter sido
proferida pelo próprio Joseph Ratzinger: "Quero que minha vida seja um testemunho
à verdade!" (AF)