2010-08-06 17:47:46

HIROSHIMA RECORDA OS 65 ANOS DA BOMBA ATÔMICA


Hiroshima, 06 ago (RV) - Hiroshima lembrou, nesta sexta-feira, com uma convocação ao desarmamento nuclear, o 65º aniversário do lançamento da bomba atômica sobre essa cidade japonesa. Pela primeira vez, a cerimônia foi assistida por um representante dos EUA e pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.



Milhares de pessoas reuniram-se no Parque Memorial da Paz, às 8h15 (hora local) – o horário exato em que, em 1945, o avião norte-americano Enola Gay deixou cair sobre Hiroshima, a bomba atômica chamada Little Boy.



Três dias depois, os EUA lançaram sua segunda bomba atômica, batizada de Fat Boy, sobre a cidade de Nagasaki. As duas ações levaram à rendição do Japão, em 15 de agosto de 1945, colocando um ponto final na II Guerra Mundial.



No final de 1945, o número de mortos em consequência das bombas era de aproximadamente 140 mil pessoas em Hiroshima e 74 mil em Nagasaki, embora o número de mortos nos anos sucessivos, em razão das sequelas das radiações, tenha sido muito maior.



Esteve presente na cerimônia o embaixador estadunidense no Japão, John Ross, o primeiro representante do governo de Washington a assistir a um aniversário do ataque, além de delegados da França e do Reino Unido – também pela primeira vez – e de outros 70 países.



Após lembrar – observando um minuto de silêncio enquanto os sinos dos templos dobravam – o exato instante em que a bomba caiu sobre a cidade, o prefeito de Hiroshima, Tadatoshi Akiba, uniu sua voz ao coro dos que pedem um mundo sem armas nucleares, e pediu ao governo de Tóquio que lidere os esforços nesse sentido.



Em sua "Declaração de Paz", Akiba reivindicou que o Japão "abandone a proteção nuclear dos EUA", principal aliado de segurança do país asiático.



Por sua vez, o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, uniu-se à convocação em favor do desarmamento, e lembrou os avanços alcançados em maio passado, durante a conferência para a revisão do Tratado de Não-Proliferação Nuclear. "As armas nucleares não devem causar sofrimento nunca mais" – afirmou o premiê japonês.



O secretário-geral da ONU também falou brevemente e ressaltou que "o único caminho sensato para um mundo mais seguro, é um mundo livre de armas de destruição em massa". "Enquanto houver armas atômicas, viveremos sob a sombra nuclear" – disse Ban Ki-monn, acrescentando que, em setembro, deverá convocar uma Conferência de Desarmamento, em Nova York.



O embaixador norte-americano destacou a necessidade de os países "seguirem trabalhando juntos, para conseguir um mundo sem armas nucleares, pelo bem das futuras gerações".



Após a cerimônia, as autoridades visitaram o Museu Memorial da Paz, de Hiroshima, fundado em 1955, no Parque da Paz, para recolher as experiências das vítimas e manter viva a lembrança da tragédia. (AF)








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