2010-08-03 19:48:13

RÚSSIA: CÉUS PERMANECEM INDIFERENTES AOS PEDIDOS DE CHUVA


Moscou, 03 ago (RV) - Pelo menos 21 pessoas morreram e mais de 1.100 casas ficaram destruídas nos incêndios florestais registrados em Nijni-Novgorod, Voronej e Moscou, no mais quente verão russo de que se tem notícia.

O patriarca ortodoxo de Moscou e de todas as Rússias, Kirill, dedicou mais uma oração, nesta segunda-feira, desta vez a Santo Elías, para que chova sobre o território russo e possa ter fim um dos piores períodos de seca e de calor na história da nação.

Todavia, os céus parecem surdos aos apelos do patriarca e dos fiéis, enquanto os meteorologistas continuam a fazer previsões de uma onda de calor ainda mais intensa.

Segundo o Serviço de Meteorologia da Rússia, o mercúrio dos termômetros poderá subir até 43º centígrados em algumas das regiões centrais do país, ou seja, as mais atingidas pelos incêndios florestais.

Em Moscou e arredores, a situação é agravada pela cortina de fumo emitido pela combustão das turfeiras. A visibilidade nas estradas não ultrapassa os 500 metros. Os aviões de passageiros continuam a aterrissar e a decolar dos aeroportos da capital russa, mas as autoridades proibiram voos de aviões leves e de helicópteros.

"Os serviços de emergência médica estão trabalhando em ritmo integral e não dão mais conta dos chamados de pessoas que sofrem de doenças respiratórias e cardíacas" – disse à agência portuguesa de notícias – LUSA – um médico de Moscou. "O calor e a poluição fazem aumentar o número de mortos, principalmente entre pacientes com doenças oncológicas" – disse o médico.

Os moscovitas tentam resistir à onda de calor, recorrendo a todos os meios, desde a aquisição de aparelhos de ar condicionado até ventiladores e leques, mas os preços subiram bruscamente e nem sempre os artigos disponíveis conseguem suprir a demanda.

Para as autoridades russas, já se queimaram 500 mil hectares de floresta, mas os ecologistas da organização Greenpeace, da Rússia, afirmam que o número alcança os três milhões de hectares, sublinhando que a situação se aproxima da "catástrofe".

Desta vez, nem os especialistas em provocar chuvas artificiais – especialidade na qual a Rússia tem grande experiência – podem ajudar no combate às chamas. "Para provocar precipitações artificiais é necessário que a umidade do ar seja superior a 95%, ou seja, a chuva está quase para começar a cair, e nós apenas apressamos esse processo" - disse o diretor do Serviço de Meteorologia de Moscou, Alexei Liakhov.

"Atualmente, todavia, a umidade do ar é muito baixa – apenas 30% – e praticamente não há nuvens. Por isso, a operação é inviável" – concluiu ele. (AF)







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