Os santos são os que adquiriram um coração sapiente: Bento XVI, domingo ao meio-dia,
em Castelgandolfo, referindo-se ao Evangelho do dia. Papa congratulou-se com a Convenção
Internacional que proibe bombas de fragmentação
Os santos são os verdadeiros sapientes, que souberam “acumular” aquilo que não se
corrompe e pôr de lado o que irremediavelmente se corrompe – recordou Bento XVI, neste
domingo, ao meio-dia, em Castelgandolfo, antes da recitação do Angelus. Após as Ave
Marias, o Papa congratulou-se com a entrada em vigor, precisamente neste dia, da Convenção
sobre a eliminação das minas anti-pessoa que tantas vítimas tem feito, apelando aos
Estados que ainda o não fizeram a subscreverem sem mais tardar esta Convenção internacional. Comentando
o Evangelho do dia, o Pontífice começou por evocar diversos santos cuja memória litúrgica
ocorre nestes dias: Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus (sábado,
31 de Julho); hoje, 1 de Agosto, Santo Afonso Maria de Liguori, fundador dos Redentoristas,
proposto por Pio XII como padroeiro dos confessores. Nos próximos dias: Santo Eusébio,
bispo do Piemonte, e o Cura d’Ars, São João Maria Vianney. "Estes homens adquiriram
um coração sapiente, acumulando o que não se corrompe e pondo de lado o que é irremediavelmente
precário no tempo: o poder, a riqueza e os prazeres efémeros, Escolhendo Deus, eles
possuíram todas as coisas necessárias, provando - desde a vida terrena – a eternidade." Bento
XVI observou que no Evangelho deste domingo, o ensinamento de Jesus diz precisamente
respeito à verdadeira sabedoria, com a parábola do rico insensato. "Na Bíblia
o homem insensato é aquele que não dar conta, a partir da experiência das coisas visíveis,
que nada dura para sempre, mas tudo passa: tanto a juventude, como a força física,
as comodidades como as funções de poder. Fazer depender a própria vida de realidades
assim tão passageiras é, portanto, insensatez. O homem que, pelo contrário, confia
no Senhor, não teme as adversidades da vida, nem sequer a inelutável realidade da
morte: é o homem que conseguiu um coração sapiente, como os Santos." Antes da
recitação da oração mariana, Bento XVI quis ainda recordar algumas ocorrências dos
próximos dias: que amanhã se poderá lugar a indulgência chamada “da Porciúncula”,
“o perdão de Assis”, que São Francisco obteve do Papa Honório II em 1216; na quinta-feira,
5 de Agosto, a dedicação da basílica romana de Santa Maria Maior, honrando a “Mãe
de Deus”, aclamada com este título no concílio de Éfeso, em 431; e finalmente, na
sexta-feira, dia 6, o aniversário da morte do Papa Paulo VI, na festa da Transfiguração
do Senhor.
Foi depois da recitação do Angelus que o Papa exprimiu a sua “viva
satisfação” pela entrada em vigor, neste mesmo dia, da Convenção sobre a rejeição
total das minas de fragmentação que provocam, sublinhou, danos inaceitáveis
nos civis. "Penso antes de mais nas numerosas vítimas que sofreram e continuam
a sofreram graves danos físicos e morais, até mesmo a perda da vida, por causa destes
insidiosos instrumentos (de morte), cuja presença no terreno muitas vezes impede,
por um longo período, o retorno à vida quotidiana da parte de inteiras comunidades."
O Papa exortou todos os Estados a aderirem a esta Convenção, com a qual (observou)
a comunidade internacional demonstrou sabedoria, largueza de horizontes e capacidade
de procurar um resultado significativo no campo do desarmamento e do direito humanitário
internacional. "Encorajo e faço votos de que se continue cada vez com maior vigor
por este caminho, para a defesa da dignidade e da vida humana, para a promoção do
desenvolvimento humano integral, para o estabelecimento de uma ordem internacional
pacífica e para a realização do bem" comum de todas as pessoas e povos. "Nas saudações
finais, em diversas línguas, não faltou uma em português: Queridos peregrinos
de língua portuguesa: saúdo cordialmente a todos vós, de modo especial aos brasileiros
de Piraquara. Que Deus manifeste sobre todos vós a Sua inesgotável bondade para que
sejais renovados nos vossos bons propósitos de vida cristã. Que Deus vos abençoe!"