São José do Rio Preto, 24 jul (SP) - Novos tempos, nova cultura e realidades
que cobram da catequese posturas que também sejam novas. É caminho que exige de toda
a Igreja e suas pastorais despir-se de uma prática tradicional, antiga, que ajudou
muito no passado, mas agora não produz frutos suficientes e à altura para o momento.
O
Espírito de Deus tem soprado um novo vigor para a Igreja. Muitos documentos oficiais
estão despertando novos projetos catequéticos, sugerindo “queimar pestana” para fazer
brotar caminhos com novas dimensões. Uma catequese mais pertinente aos fatos da vida
cristã da atualidade e abertos para a nova cultura.
Muitos catequetas estão
propondo pedagogias catequéticas mais adaptadas para o momento. Estão mostrando que,
numa cultura individualista, é fundamental uma catequese mais celebrativa do que propriamente
preocupada com conceitos teóricos e doutrinários, que não atingem os objetivos da
vida moderna.
Numa cultura que privilegia a aparência, a estética e o visual,
os sinais e símbolos litúrgicos falam muito. A vivência cristã tem suas motivações
naquilo que fala dos mistérios de Deus. O Senhor age nos fatos sensíveis e que estão
relacionados com a nossa vida cotidiana.
Em todos os Regionais da Igreja no
Brasil estão acontecendo atos formativos. São Escolas Catequéticas, Assembleias de
Catequese, Cursos Formativos nas dioceses, Cursos de Pós-Graduação em Catequese etc.
É um novo sopro do Espírito Santo despertando novo caminho para uma catequese das
novas exigências.
Estamos numa superação de catequese de criança, adolescente
e jovem para dar também atenção à catequese com adultos. O objetivo principal é a
Iniciação à Vida Cristã. Muitos dos nossos irmãos não foram iniciados na fé. Às vezes
não são batizados ou, batizados, mas sem prática concreta de vida de fé.
A
catequese de crianças vem produzindo poucos frutos por não encontrar nos adultos o
testemunho exigido. O que é vivenciado na catequese não encontra ressonância em casa
e na vida da comunidade. Isto significa que a comunidade não tem sido catequizadora.
Carecemos
de um novo tipo de catequista, de comunidade e de família. É importante destacar que
estamos dando passos significativos na Pastoral Catequética. Estão sendo formados
catequistas como discípulos missionários, como Igreja aberta para os dias de hoje.
O
processo iniciático deve ser feito pela comunidade cristã. Isto significa que a catequese
não pode ser superficial e sem compromisso. As exigências para o ser cristão hoje
são grandes, de pés no chão, criando fraternidade e vivência comunitária. A fé
deve ser adulta, comprometida e aberta para as novidades do Reino, de testemunho,
de participação e vida comunitária. É ter coragem de viver os mistérios do amor de
Deus com consciência, com esperança e segurança num mundo melhor.
Dom Paulo
Mendes Peixoto Bispo de São José do Rio Preto.