Juiz de Fora, 24 jul (MG) - O que levou os discípulos a pedir Jesus para ensiná-los
a rezar não foi tanto o discurso no qual Ele se pronuncia sobre a importância da oração,
mas o impressionante testemunho de Jesus quando Ele mesmo reza. Ao acabar de orar,
seus discípulos pediram-lhe: “Senhor, ensina-nos a rezar.” Jesus não somente dá testemunho
de oração e ensina seus discípulos a rezar; Ele também insiste no valor e no significado
da oração em nossa vida.
Jesus, cuja morte e ressurreição celebramos em comunidade,
é o Mestre que nos ensina a rezar. Por este texto de Lucas, sabemos que a oração é
sempre eficaz, que nunca fica sem resposta. Por que então não obtemos, às vezes, o
que pedimos? É porque as promessas de Jesus em relação à oração são dirigidas, em
primeiro lugar, à “vinda do Espírito Santo” para nosso crescimento na vida cristã,
e muito mais secundariamente às coisas temporais; estas nem sempre são compatíveis
com o Espírito Santo.
O testemunho de um cristianismo contemplativo, perseverando
na oração é muito mais eficiente do que muitas palavras quando se quer transmitir
a realidade de Deus aos outros.
Na Eucaristia, repetimos as palavras da única
oração que deixou a seus seguidores: o Pai-Nosso. Rezando-o, compreendemos que a oração
dos cristãos é estar em sintonia e comunhão com se projeto de vida e liberdade: “Pai,
santificado seja o teu nome, venha o teu Reino...”
Nestes dias, aos pés da
Virgem de Aparecida, a nossa Comissão Episcopal de Ensino Religioso da CNBB, com a
honrosa presença de nosso querido irmão Dom Orani João Tempesta, nosso presidente,
está reunida em Aparecida para estudar o ensino religioso e a sua inserção na educação
dos nossos jovens. Rezemos, a oração que o Senhor nos ensinou, para que a Trindade
ilumine as melhores decisões nesta importante ação evangelizadora e pastoral.
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Eurico dos Santos Veloso Arcebispo Emérito de Juiz de Fora(MG)