2010-07-21 17:06:44

PAQUISTÃO: DOM COUTTS PEDE AB-ROGAÇÃO DA LEI ANTIBLASFÊMIA


Cidade do Vaticano, 21 jul (RV) – Pertenciam a uma família católica os dois imputados justiçados ontem, no Paquistão, diante da sede do tribunal onde deveriam ter sido processados por blasfêmia, com base numa lei que a Igreja Católica local busca ab-rogar.



A afirmação é do bispo de Faisalabad, Dom Joseph Coutts, que esta manhã celebrou as exéquias dos dois. "Recentemente – esclarece o prelado – um dos dois, Rashid, por meio de um breve curso feito na Internet, recebera o mandato de um grupo protestante, para pregar a Bíblia."



"O duplo homicídio de ontem e as violências sucessivas a ele – sublinha o bispo em entrevista à agência missionária de notícias FIDES – representam um drama não apenas para a Igreja em Faisalabad, mas para todos os cristãos do Paquistão, porque isso significa que não houve nenhum progresso após o episódio do ataque maciço contra a comunidade cristã de Gojra, no ano passado, o que faz com que os cristãos fiquem turbados e sem esperanças."



"Nas semanas passadas – relembra o bispo – vinha circulando um folheto escrito à mão, no qual estavam escritas acusações muito fortes contra o Islã e ofensas graves ao profeta Maomé. Os dois irmãos eram acusados de serem os autores do folheto, mas o tribunal apurou que não era verdade."



Segundo Dom Coutts, "há forças obscuras que buscam criar e alimentar o ódio e o conflito entre as duas comunidades" como testemunham os recentes ataques contra o templo dos Ahmadi, em Lahore, e à mesquita xiita em Sargodha... e agora a violência em Faisalabad".



"Creio – explica o prelado – que haja uma estratégia precisa para provocar o aumento da tensão e o ódio inter-religioso no Paquistão. E a lei antiblasfêmia está na origem dessa trágica situação."



"A Igreja no Paquistão – recorda Dom Joseph Coutts – atua na linha de frente, por meio da Comissão "Justiça e Paz", da Conferência Episcopal, solicitando a ab-rogação dessa lei. Continuaremos com essa campanha em prol da justiça, da liberdade e do direito" – promete o bispo.



"Essa lei, todavia – conclui – é fruto de uma mentalidade, de uma atitude cultural. É preciso trabalhar muito no diálogo inter-religioso, para mudar essa mentalidade. Entre os líderes muçulmanos há um sentimento de raiva em relação à situação internacional, e circulam ideias radicais contra o Ocidente e contra o sionismo. O nosso trabalho de mediação e pacificação não é fácil, mas confiamos na ajuda de Deus e de todos os cristãos do mundo."



Concluímos esta notícia, recordando que o tema escolhido por Bento XVI para o 44º Dia Mundial da Paz, a ser celebrado em 1º de janeiro de 2011 é, justamente, "Liberdade religiosa, caminho para a paz". (AF)





 








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