Bruxelas, 20 jul (RV) – "Luta à pobreza" foi o tema do encontro entre os líderes
religiosos europeus e os representantes da União Européia (UE), realizado ontem em
Bruxelas.
Em comunicado emitido pelo Conselho da Europa, destaca-se
que as instituições da União Européia apreciam a disponibilidade dos líderes religiosos
em promover o debate sobre os meios que permitirão reduzir o número de pessoas ameaçadas
pela pobreza – uma meta a ser alcançada até 2020.
O Presidente da Comissão
Européia, o português José Manuel Durão Barroso, destacou a necessidade de contar
com a ampla e profunda experiência das instituições religiosas para "combater a pobreza
e a exclusão social de forma efetiva". Por isso, anunciou a aplicação de uma importante
estratégia de cooperação através da plataforma social européia. Esta colaboração terá
lugar no marco do Tratado de Lisboa, que prevê "um diálogo aberto, regular e transparente"
entre a UE e as comunidades de fiéis.
Neste encontro, a Igreja Católica
foi representada por uma delegação composta pela Sub-Secretária do Pontifício Conselho
da Justiça e da Paz, Flaminia Giovanelli; pelo Cardeal Péter Erdő, Presidente do Conselho
das Conferências Episcopais Europeias (CCEE); por Dom Adrianus Herman van Luyn, Presidente
da Comissão das Conferências dos Bispos da União Europeia (COMECE) e por Dom Stanislav
Zvolenský, Presidente da Conferência Episcopal Eslováquia. Além dos representantes
da Igreja Católica, participaram do encontro expoentes das Igrejas ortodoxas, das
organizações cristãs reformadas, das comunidades islâmicas, judaica, sikh e hinduísta.
Para
a representante da Santa Sé, a desigualdade entre ricos e pobres no velho continente
está em aumento, sobretudo devido ao desemprego, "causa primária de exclusão social",
citando dados incontestáveis: 85 milhões de pessoas na UE (17%) vivem abaixo da linha
de pobreza. "A Igreja Católica – afirmou – está ao lado dos pobres, eleva sua voz
a favor deles e promove iniciativas para ajudá-los a superar sua situação."
Por
sua vez, o Card. Péter Erdő destacou que é preciso combater a pobreza, não os pobres
– ideia compartilhada por Dom Adrianus van Luyn, advertindo, porém, que se a luta
à pobreza for feita somente com meios técnicos ou administrativos provavelmente vai
falhar: "É preciso fazer com os pobres deixem de ser objeto de assistência e passem
a ser sujeitos desta luta comum da sociedade contra a indigência e a exclusão social".